Material do acervo do pesquisador Antonio Morais
Banditismo
Profissional.
Quando Lampião
entrou no grupo de Sebastião Pereira, adotou o banditismo como profissão.
Viveria entre homens marginalizados, condenados pela lei. Fora desse ambiente
não encontraria amigos, somente criaturas submissas pelo temor.
Sargento Optato Gueiros - lampiaoaceso.blogspot.com
O Sargento
Optato Gueiros, viajava, em fevereiro de 1921, para Vila Bela. Descansava numa
casa isolada, na caatinga, quando foi surpreendido, à meia noite, com a chegada
do grupo de Sebastião. Os cabras vinham sedentos. Bebiam água e conversavam com
animação. Um deles vendo Optato fardado perguntou:
- Quanto ganha por mês?
- Noventa e cinco mil reis.
- Hum!. Muito pouco, acudiu Lampião. É melhor ser cangaceiro mesmo.
Para
trabalhadores rurais, que viviam na mais completa escravidão econômica, aquela
vida prometia algumas compensações.
Em 1926, Lampião passava, com o seu grupo,
em Juazeiro do Norte. Foi entrevistado pelo Dr. Otacílio Macedo, médico e
jornalista:
- Por que não larga essa vida, capitão, o senhor que já tem tanto
dinheiro? Por que não vai embora para Goiás ou Mato grosso, deixando de vez
essa existência perigosa?
- Doutor, o senhor estando bem numa vida, o senhor
larga ela? Assim sou eu.
O bandoleiro sentia-se realizado.
É mior ser
cangaceiro
E poeta cantador
Que sê bispo ou deputado
Ou mesmo governador.
Querendo andar no cangaço
Inté sou bom cangaceiro
Que isso de matar gente
É serviço mais maneiro
Se o cabra não tem corage
Que mude de profissão
Vá para o rabo da enxada
Aprantá fava e feijão.
Raul Fernandes.
E poeta cantador
Que sê bispo ou deputado
Ou mesmo governador.
Querendo andar no cangaço
Inté sou bom cangaceiro
Que isso de matar gente
É serviço mais maneiro
Se o cabra não tem corage
Que mude de profissão
Vá para o rabo da enxada
Aprantá fava e feijão.
Raul Fernandes.
CONTINUA...
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