por Roberto
Navarro - Edição 39
Arma a matadeira - canhão inglês Withworth - pt.wikipedia.org
Foi um
conflito no sertão baiano (no Brasil) ocorrido em 1896 e 1897, que terminou com a
destruição do povoado de Canudos - daí o nome da Guerra. Houve várias batalhas
entre tropas do governo federal e um grupo de sertanejos liderado por um líder
religioso, Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro (1828 - 1897).
Na época, a população miserável da região agregou-se em torno do beato
Conselheiro, que havia passado anos pelo sertão pregando uma mistura de
doutrina cristã e religiosidade popular. Em 1893, os sertanejos fundam o
arraial de Canudos, um povoado muito pobre que chegou a ter 5 mil casas e de 20
mil a 25 mil habitantes. "Canudos era regido pelo trabalho coletivo e
pelos ensinamentos religiosos de Conselheiro.
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Além desse caráter messiânico, o
movimento criticava a República e contestava as inovações surgidas com ela,
como o casamento civil", diz o historiador José Carlos Barreiro, da
Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Assis (SP).
As relações do povoado
com o governo começaram a se complicar ainda em 1893, quando os moradores
rebelaram-se contra a cobrança de impostos e queimaram documentos emitidos pelo
governo. Aos olhos dos governantes, Canudos começou a ser visto não só como um
arraial de fanáticos religiosos, mas também como um ninho de rebeldes
monarquistas e perigosos, que precisavam ser eliminados.
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Para acabar com os
revoltosos, o governo lançou a tal "guerra" - que consistiu, na
verdade, de quatro expedições militares. Nas três primeiras, o Exército tomou
um pau dos sertanejos. Na terceira delas, o massacre foi tão grande que até o
comandante das tropas federais foi morto em combate. Na quarta e última
campanha, cujos momentos decisivos a gente apresenta nestas páginas, o Exército
conseguiu finalmente riscar Canudos do mapa. Pelo menos 30 mil pessoas morreram
na batalha final.
E o sertão
virou mar... de sangue na tomada de Canudos, o Exército matou pelo menos 25 mil
rebeldes.
1 - A Guerra
de Canudos aconteceu entre 1896 e 1897 e incluiu quatro expedições do Exército
para destruir o povoado. Nas três primeiras, os sertanejos levaram a melhor. Na
última, iniciada em 31 de julho de 1897, cerca de 6 200 militares saem de
Queimadas e iniciam uma marcha de quase cem quilômetros em direção ao
acampamento principal de Canudos
2 - A ofensiva
contra Canudos começa com um bombardeio. A principal arma é o canhão inglês
Withworth, usado para atacar as torres das duas igrejas do povoado, de onde
atiradores alvejam as tropas oficiais. Em 24 de agosto, a torre de uma delas é
derrubada, mas o canhão pifa logo em seguida.
3 - Mesmo com
o chabu do canhão, o Exército intensifica o cerco e isola Canudos: ninguém
entra e ninguém sai do povoado. Encurralados, os sertanejos não têm como repor
nem socorrer seus homens. No dia 6 de setembro, a artilharia derruba as torres da
segunda igreja, minando a resistência dos revoltosos.
4 - Durante o
bombardeio, a situação do povoado se agrava: faltam remédios, água, alimentos e
munição. Os mortos apodrecem, facilitando a disseminação de doenças. Com
sermões inflamados, o líder Antônio Conselheiro tenta reanimar seus seguidores,
mas sua saúde piora por causa de uma diarreia.
5 - Vencido
provavelmente por uma disenteria aguda, Antônio Conselheiro morre em 22 de
setembro. Seu cadáver é mantido insepulto por vários dias seus seguidores esperavam que ele pudesse ressuscitar. Quando
o corpo do beato começa a feder, os sertanejos o enterram. Enquanto isso, o
cerco do Exército prossegue cada vez mais rigoroso.
6 - No dia 1º
de outubro, as tropas do governo iniciam o ataque final, avançando até tomar a
vila. No dia seguinte, 300 mulheres e crianças se rendem, enquanto os homens
resistem com as poucas armas que têm, incluindo foices, pedras e pedaços de
pau. Mais bem equipados, os militares vencem a batalha e matam os últimos
rebeldes em 5 de outubro.
7 - Depois da
invasão, as ruínas da vila são destruídas e dinamitadas pelos militares. No
final, de 25 mil a 35 mil rebeldes morreram nos combates. Entre os soldados, o
total de baixas chegou a 5 mil. O corpo de Conselheiro foi desenterrado e sua
cabeça foi levada como um troféu do Exército para Salvador, simbolizando o fim
de Canudos.
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-foi-a-guerra-de-canudos
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