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quarta-feira, 25 de março de 2015

AS DEZ GERAÇÕES DA FAMÍLIA CAMBÔA - Lauro da Escóssia e a genealogia da família Cambôa

Por José Romero Araújo Cardoso

Nascido no dia 14 de março de 1905, falecendo em 19 de julho de 1988, Lauro da Escóssia revelou-se expressão fenomenal de quem fez história com competência ímpar em Mossoró, cidade que o viu nascer e se encantar para a eternidade.

Dono de estilo inconfundível, panfletário, reconhecido através de editoriais inflamados, enquanto legado do avô Jeremias da Rocha Nogueira, Lauro da Escóssia foi protagonista de verdadeiros furos de reportagens, como a entrevista que conseguiu realizar com o cangaceiro Jararaca em junho de 1927 na Cadeia Pública que mais tarde se transformaria em museu e tem seu nome como merecida homenagem.

O estudo genealógico que traz o título de “As dez gerações da família Cambôa”, publicado em primeira edição no ano de 1978 pela Coleção Mossoroense, constitui-se em um dos mais importantes registros acerca da importância para Mossoró e região da família originada a partir do Alferes Manuel Nogueira de Lucena.

Pesquisa aprimorada direcionou Lauro da Escóssia a traçar as bases genealógicas do intricado processo de formação de diversos troncos genealógicos regionais, cujos nomes de tão familiares permitem que identifiquemos componentes das mesmas que se destacam em diversos campos de atuação, do político ao econômico, do educacional ao literário, entre diversas outros.

De Jeremias Nogueira da Rocha, pai de João da Escóssia, ao Padre Florêncio Gomes de Oliveira, o qual, na expressão oportuna de Vingt-un Rosado, foi o primeiro geógrafo e geólogo mossoroense, passando por João da Rocha Nogueira (João Bangú), patriarca da família Reginaldo da Rocha, entre diversas outras incontáveis e eminentes personalidades, o importante estudo genealógico de Lauro da Escóssia se destaca pela perspicácia e  clarividência em deslumbrar a importância desse setor histórico como imprescindível para fomentar todo um processo de identificação familiar e cultural.

Cabe indagar se Lauro Reginaldo da Rocha, quando de militância comunista, adotou o codinome Bangú em homenagem ao antepassado, pois um Cambôa chegou a se tornar secretário-geral do Partido Comunista do Brasil em diversas vezes, substituindo Luiz Carlos Prestes.

O prefácio escrito por Vingt-un Rosado para “As dez gerações da família Cambôa” enfatiza a importância da retomada das trilhas abertas por Francisco Fausto de Souza no que tange à genealogia enquanto imprescindível para o estudo da História regional.

Vingt-um Rosado destacou que Francisco Fausto de Souza estudou a genealogia da família Cambôa até as cinco primeira gerações. Lauro da Escóssia enriqueceu esse estudo, inserindo mais cinco gerações, tendo aproveitado para apelar para que sua contribuição não se perdesse de vista, tivesse continuidade pelos que o sucederiam.

Atento ao brado do grande jornalista, Cid Augusto realizou criterioso estudo genealógico sobre os Escóssia, ramo familiar dos CAMBÔA surgido quando das querelas entre maçonaria e igreja católica no século XIX.

A reedição pela Coleção Mossoroense de “As dez gerações da família Cambôa” acontece em momento oportuno, pois além de estar esgotado há muito tempo, contribui significativamente para que as gerações que não ainda não conhecem suas origens possam se reconhecer enquanto sujeitos históricos, dada a importância desse grupo familiar para a construção coletiva quem vem se efetivando em nossa região.

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Escritor. Professor Adjunto do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

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