No início do
ano de 1904, assumiu a paróquia de Vila Bela, monsenhor Afonso Antero Pequeno,
culto e bravo sacerdote, filho do Cariri cearense.
Desde o ano de
1901, o sul do Ceará vivia um período de inquietação política, que durou por
duas décadas. Naquele mundo de canaviais, os coronéis alimentados pela
rapadura, fizeram valer a força do bacamarte.
Vindo daquele
mundo, mais precisamente do Crato, logo que chegou à Vila Bela, monsenhor
Afonso Antero Pequeno, pediu às lideranças políticas locais armas, munição e
jagunços para ajudar ao primo, o coronel Antônio Luiz Alves Pequeno na luta
pela deposição do coronel José Belém de Figueiredo, que na época ocupava o
cargo de vice-presidente (vice-governador) do Estado.
O coronel
Antônio Pereira, líder da família Pereira, negou-se categoricamente a
participar dessa bravata. A família Carvalho concordou com o Monsenhor em tudo
e decidiu mandar Antônio Clementino de Carvalho (Antônio Quelé) com um grande
contingente armado, tendo à frente o próprio sacerdote.
Iniciado o
tiroteio no mês de junho de 1904, só após 55 horas de combate o coronel Belém
recuou e fugiu.
O Monsenhor
voltou a Vila Bela, trazendo a ideia fixa de derrotar a família Pereira, na
eleição municipal do período seguinte. Mais uma vez o Monsenhor foi vitorioso,
participou da eleição municipal, elegendo-se prefeito.
Em uma visita
que lhe fizera, na cidade de Vila Bela, Antônio Quelé assassinou em praça
pública o delegado de polícia Manoel Pereira Maranhão. No júri de Quelé, além
do advogado que contratou, o Monsenhor participou pessoalmente da tribuna de
defesa.
Os crimes
políticos tanto em Vila Bela como no Crato, tornaram-se mais frequentes e mais
bárbaros.
Em Vila Bela,
seus correligionários mandaram matar de emboscada um patriarca dos Pereira, o
ex-prefeito Manoel Pereira da Silva Jacobina.
A frustração
perturbava o Monsenhor de tal maneira que renunciou ao mandato de prefeito,
entregando o município ao vice, o fazendeiro José Alves da Silveira Lima, com
recomendação de proceder com serenidade.
Logo depois se transferiu para cidade
de Garanhuns, onde faleceu.
Antes, porém,
plantou no solo fértil de Vila Bela, a semente do banditismo, a qual resultou
na formação de grupos de cangaceiros como os de Sinhô Pereira e Lampião.
Daí diz-se
que, com monsenhor Afonso, começou a época do obscurantismo no sertão do Pajeú,
vigente até 1930.
Fonte principal: Do Livro:
Serra Talhada 250 Anos de História, 150 Anos de Emancipação Política.
De: Luiz Lorena
De: Luiz Lorena
Foto de
Monsenhor Afonso Antero Pequeno
Segunda fonte: facebook
Página: José João Souza
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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