“(...)De 1921
a 1934, Lampião dividiu seu bando em vários subgrupos, dentre os quais os
chefiados por Corisco, Moita Brava, Português, Moreno, Labareda, Baiano, José
Sereno e Mariano. Para o rei do cangaço, entretanto, o de Corisco sempre foi o
bando mais importante de todos. Além de comparsas, os dois eram, ainda, grandes
amigos.
Certa ocasião,
em relação à defesa da honra masculina, o Diabo Louro adotou uma postura que,
muitos anos depois, se tornou bastante conhecida no país: tratou-se do desfecho
do relacionamento amoroso entre Cristina e Português. Ela o havia traído com um
integrante do bando de Corisco - o cangaceiro Gitirana - e Português contratara
Catingueira para “limpar sua honra maculada”.
A cangaceira Cristina
Quando
Catingueira chegou ao acampamento de Corisco, chamou logo Gitirana para uma
conversa particular. Naquele momento, Maria Bonita e Lampião estavam no mesmo
acampamento e, por acaso, se aproximaram deles.
Maria Bonita adiantou-se,
sugerindo a Catingueira que a pessoa a ser eliminada deveria ser Cristina (a
verdadeira culpada, segundo ela) e, não, Gitirana. Naquela hora, Corisco
retrucou: Ela deu o que era dela! Ninguém tem nada com isso! Insatisfeita com a
resposta, Maria Bonita continuou defendendo a contrapartida masculina: É, mas Português
vai ficar desmoralizado! Já impaciente com aquele confronto, o Diabo Louro deu
um basta à discussão:
Ele que cuide
da mulher dele! Do meu rapaz, cuido eu!
Desde esse
dia, tais palavras ficaram célebres e essa expressão vem sendo utilizada até o
presente, inclusive, por muitos políticos brasileiros. Parafraseando Corisco,
os parlamentares costumam dizer: Cuidem do que é seu porque, do que é meu,
cuido eu!
Em relação
àquele desenlace amoroso, Lampião deu total apoio a Corisco. Cristina
permaneceu com o bando, escondida durante alguns meses. Todavia, como era de se
esperar, ela foi morta quando ia para a casa de familiares, já que Português
contratara outros cangaceiros para matá-la. Neste sentido, não restava dúvidas:
o adultério feminino não era tolerado nos bandos do Nordeste.
Lampião e seus
comparsas resistiram quase vinte anos, brigando com civis que os perseguiam e
com as volantes de vários Estados(...)”.
Fonte principal: Semira
Adler Vainsencher
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
pesquisaescolar@fundaj.gov.br
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
pesquisaescolar@fundaj.gov.br
Foto fotofilme
de Beljamin
Montagem dos arquivos do pesquisador Ivanildo Silveira
Montagem dos arquivos do pesquisador Ivanildo Silveira
Fonte: facebook
Página: Luiz
Pedro da IngazeiraO
Cangaço
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário