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domingo, 3 de maio de 2015

'CORISCO ENFRENTA LAMPIÃO E MARIA BONITA' "A HONRA DE PORTUGUÊS"


“(...)De 1921 a 1934, Lampião dividiu seu bando em vários subgrupos, dentre os quais os chefiados por Corisco, Moita Brava, Português, Moreno, Labareda, Baiano, José Sereno e Mariano. Para o rei do cangaço, entretanto, o de Corisco sempre foi o bando mais importante de todos. Além de comparsas, os dois eram, ainda, grandes amigos.

Certa ocasião, em relação à defesa da honra masculina, o Diabo Louro adotou uma postura que, muitos anos depois, se tornou bastante conhecida no país: tratou-se do desfecho do relacionamento amoroso entre Cristina e Português. Ela o havia traído com um integrante do bando de Corisco - o cangaceiro Gitirana - e Português contratara Catingueira para “limpar sua honra maculada”.

A cangaceira Cristina

Quando Catingueira chegou ao acampamento de Corisco, chamou logo Gitirana para uma conversa particular. Naquele momento, Maria Bonita e Lampião estavam no mesmo acampamento e, por acaso, se aproximaram deles. 


Maria Bonita adiantou-se, sugerindo a Catingueira que a pessoa a ser eliminada deveria ser Cristina (a verdadeira culpada, segundo ela) e, não, Gitirana. Naquela hora, Corisco retrucou: Ela deu o que era dela! Ninguém tem nada com isso! Insatisfeita com a resposta, Maria Bonita continuou defendendo a contrapartida masculina: É, mas Português vai ficar desmoralizado! Já impaciente com aquele confronto, o Diabo Louro deu um basta à discussão:

Ele que cuide da mulher dele! Do meu rapaz, cuido eu!

Desde esse dia, tais palavras ficaram célebres e essa expressão vem sendo utilizada até o presente, inclusive, por muitos políticos brasileiros. Parafraseando Corisco, os parlamentares costumam dizer: Cuidem do que é seu porque, do que é meu, cuido eu!

Em relação àquele desenlace amoroso, Lampião deu total apoio a Corisco. Cristina permaneceu com o bando, escondida durante alguns meses. Todavia, como era de se esperar, ela foi morta quando ia para a casa de familiares, já que Português contratara outros cangaceiros para matá-la. Neste sentido, não restava dúvidas: o adultério feminino não era tolerado nos bandos do Nordeste.

Lampião e seus comparsas resistiram quase vinte anos, brigando com civis que os perseguiam e com as volantes de vários Estados(...)”.

Fonte principal: Semira Adler Vainsencher
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco
pesquisaescolar@fundaj.gov.br
Foto fotofilme de Beljamin
Montagem dos arquivos do pesquisador Ivanildo Silveira

Fonte: facebook

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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