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domingo, 20 de dezembro de 2015

PADRE ARISTIDES E A CHACINA EM PIANCÓ (PB)

Por Geziel Moura
A Primeira casa de Padre Aristides, em Piancó (PB).

Tentarei, desta vez, produzir tessituras, sobre o Pe. Aristides Ferreira da Cruz, correndo risco de erros e equívocos, diante de grandes estudiosos do cangaço da Paraíba, cabras como: Francisco Pereira Lima e Jose Tavares De Araujo Neto. Assim, buscarei apoio, em minha narrativa, no livro "A Coluna Prestes, na Paraíba" do Pe. Manuel Otaviano.

A segunda casa, alvo do combate no dia 09 de fevereiro de 1926, pela Coluna Prestes;
A segunda casa, alvo do combate no dia 09 de fevereiro de 1926, pela Coluna Prestes;

O recorte histórico, que ora faço, remete a 25 de agosto de 1902, com a vinda do Pe. Aristides, do Rio Grande do Norte, para assumir os trabalhos eclesiásticos em Piancó (PB) e outras paróquias sertanejas próximas, como, por exemplo, Misericórdia e Conceição, no alto sertão da Paraíba, substituindo o Pe. Melibeu Lima, que pediu sua remoção, por estranhar a cultura sertaneja (alimentação, hábitos, costumes, clima, viagens), pois era oriundo da capital.

Marcas de balas, ainda, existentes na, porta interna, da casa;

Segundo, o Pe. Otaviano, nos dez primeiros anos de sua função religiosa, Aristides viveu, longe da política coronelística na Paraíba. Entretanto, questões de ordem, políticas e que envolveram o Senador Epitácio Pessoa e o Deputado Federal Dr. Felizardo Leite, favoreceram o rompimento do padre, com a família Leite, e aproximação com o Senador.

Quarto do Pe. Aristides, na casa em que ocorreu a chacina;

Quem comandava, politicamente, Piancó, naquele tempo, era Felizardo Leite, e com a separação do antigo amigo, Felizardo se rebelou contra Aristides, o proporciona sua demissão da paróquia, em Piancó, pelo Bispo D. Adauto. Obstante, sua destituição do cargo clerical, Aristides não manifestava rebelião ao seu superior e continuava, seu sacerdócio, dessa feita, na posição de auxiliar. Porém, a guerra política entre Aristides e Felizardo recrudesceu, levando o rompimento do padre com seu superior, o Bispo D. Adauto.

Sepultura da Família Ferreira da Cruz, em que jazem o padre e dois filhos;

Sentindo-se traído por D. Adauto, e por diversas calúnias recebidas por seus adversários políticos, Aristides afronta o bispo, e manda raptar Maria José, a "Quita" e passa a viver com ela em sua casa. O escândalo foi inevitável, a família da moça nada fez, pois, esta, era maior de idade. Ele alegava tal procedimento, por ter sido, traído.

Sepultura da Família Ferreira da Cruz, em que jazem o padre e dois filhos;
Sepultura da Família Ferreira da Cruz, em que jazem o padre e dois filhos;

Quando a Coluna Prestes, invadiu Piancó, provavelmente, em 09 de fevereiro de 1926, Aristides e sua tropa, não queriam o combate, porém sabedores das atrocidades, provocadas pelos rebeldes, não tiveram escolhas. Assim, a luta foi sangrenta, o padre não estava em "boas amizades" com, então, presidente (governador) da Paraíba do Norte, João Suassuna (pai de Ariano), e se expulsasse os rebeldes, da Coluna Prestes, poderia ganhar prestigio junto ao governo estadual.

Memorial aos mortos de Piancó;
Memorial aos mortos de Piancó;
Igreja de Piancó, onde, Aristides foi Pároco.

Como Aristides, poderia combater, exército de cerca de dois mil homens? O inevitável ocorreu. Os piquetes em Piancó, se limitaram a casa do Padre e a cadeia, outros estavam longe do conflito, da vila. O combate começou na rua, se estendendo depois até a casa, o Sgt João Baiano, da Coluna Prestes, jogou uma lata de gasolina na porta da casa de Aristides, quando a porta se abriu, ao tentar penetrá-la o Sgt Laudelino Pereira da Silva, é alvejado e morre, porém a casa é invadida pela tropa de revoltosos, Aristides e seus companheiros são chacinados, neste momento, e seus corpos lançados em, espécie de monturo.

Todas fotos, foram, capturadas por Geziel Moura

Fonte: facebook
Página: Geziel Moura

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