Virgulino
distinguia-se dos demais rapazes em muitas coisas Tudo o que se metia a fazer
fazia bem feito. Muitos estudiosos consideram que o bandido, nele, foi apenas
um acidente, motivado pelas condições do meio e do seu tempo.
Era um hábil artesão – confeccionava artigos de couro, tais como cordas, cabrestos, rédeas, chibatas, peitorais, gibões, perneiras, alforjes, bornais, alpercatas e outros utensílios de couro. Gostava de participar de vaquejadas, tornando-se um dos cavaleiros mais hábeis da região. Ganhava algum dinheiro como amansador de burro brabo. Tocava harmônica, uma sanfona de oito baixos que o povo chamava pé de bode ou fole. Fazia versos, tinha jeito para repentista. Virgulino meteu-se até a pedreiro – rebocou uma parede da casa do Poço do Negro. Dançava muito bem, principalmente xote, mazurca, coco, pisada e xaxado. Era um rapaz bonito, de fala macia, boa estatura, moreno-claro, cabelos lisos. Um tanto vaidoso, chamava atenção nas festas, com suas camisas engomadas, calças de vinco, cabelo preto e fino bem penteado, untado de brilhantina.
Começava a chamar atenção o interesse especial de Virgulino e seu irmão Antônio pelas primas Gertrudes e Maria Licor. As duas jovens eram primas deles duplamente: Gertrudes e Licor eram filhas de Joana Lopes (Nanã, Joaninha Ferreira) irmã de Maria Lopes, mãe dos rapazes; o pai delas era Ferreira Catendo, primo carnal de José Ferreira.
Consta que Virgulino teria namorado também outra prima chamada Santina Lopes da Silva, filha de sua tia Maria José, (Dedé).
A primeira experiência de Virgulino com mulher ocorreu quando ele tinha 14 anos de idade: em companhia de outro adolescente e mais tarde também cangaceiro, chamado José Pereira da Cunha (vulgo Ventania), foi a ‘zona’ de Vila Bela e se engalfinhou com uma madame de nome Penha.
Tem-se notícia de que Virgulino, entre os 17 e 18 anos, teria tido um filho com uma moça chamada Alvinha, de 19 anos que “caíra na vida” depois de ser renegada pela família por ter sido “ofendida” por um caixeiro de loja.
Ele teria deitado os olhos também sobre uma morena chamada Rosa, que conheceu em Nazaré.
Fonte: Livro
Lampião - a raposa das Caatingas, página 75
Autor José Bezerra Lima Irmão
Na foto:
Virgulino, aos 10 e aos 20 anos de idade.
Fotos obtidas na obra de Optato Gueiros, Lampeão
Fotos obtidas na obra de Optato Gueiros, Lampeão
Fonte: facebook
Página: Agente Carvalho
Grupo: O Cangaço
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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