Seguidores

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O CANGACEIRO “JARARACA”

Por Sálvio Siqueira

É certo de que, quando uma pessoa, na sua adolescência, faz algo diferente, é vítima de alguma coisa e/ou tem algum tic nervoso, colocar-se apelido, referente aquilo que o acomete...

Assim aconteceu com o adolescente Francisco Nicácio da Silva. Jovem cheio de vida que vivia a correr os rincões das terras onde morava. 

Esse jovem, nascido aos 9 dias do mês de dezembro de 1893, na propriedade rural denominada Fazenda Coelho que, hoje localiza-se no município da cidade de São Fernando – RN. “(...) Nicácio vivia com seus pais e quatro irmãos uma infância aparentemente tranquila, caçando nas terras das Fazendas Coelho e na vizinha Saboeiro, nas imediações dos riachos da Roça e da Pitombeira(...)”. (tokdehistoria.com)

Certo dia, em sua andadas no ímpeto de matar uma caça para servir de mistura para o almoço, o jovem descuida-se e ao pisar próximo onde encontrava-se uma serpente, essa reage e o pica.

Ele nota e a serpente que o picou e chegando em casa, relata para seus pais que foi ‘mordido por uma jararaca’. A partir desse instante, seu nome passa a ser “Chico Jararaca”.

Naquele tempo, em Catolé do Rocha nas terras do Estado do Rio grande do Norte, havia um político, Joaquim Saldanha, mais conhecido como Quinca Saldanha, que ‘dominava’ tudo e todos com o poder das armas. Mas, meus amigos, não pensem que esse domínio, essa maneira de dominar, foi exclusividade do município citado. Infelizmente, todo município sertanejo seguia, rigorosamente, essa mesma regra...

Chico Jararaca é de alguma maneira, colocado, a mando de Quinca Saldanha, nas fileiras do cangaço. O ‘coronel’ tinha seu bando de jagunços, mas, usava dos ‘serviços’ do bando chefiado por Antônio Silvino. E Chico Jararaca passa a ser cangaceiro do bando de Antônio Silvino, utilizando a mesma alcunha que lhe deram quando jovem.


“(...) Sobre a entrada do mesmo no cangaço, Carlos Lyra indica, através do depoimento prestado em 1972 pelo ex-cangaceiro, que o mesmo permaneceu nas hostes de Antônio Silvino dois anos, de 1911 a 1913. Já Adauto Guerra aponta, através de entrevista concedida por Chico Jararaca em junho de 1982, que ele teria pertencido ao bando por quatro anos, de 1909 a 1913(...)Quando Quincas Saldanha forneceu seus homens para Antônio Silvino, o chefe quadrilheiro buscava reforçar seu grupo para ajudar um parente de nome Manoel Godê. Este seria irmão de Antão Godê, nome de guerra de Idelfonso Godê de Vasconcelos. Estes irmãos eram parentes de Silvino, homens valentes ao extremo e que buscavam apoio para atacar um grupo de inimigos comuns na região da Serra da Colônia, em Afogados da Ingazeira, Pernambuco. Este local era especial para Antônio Silvino, pois no sopé desta serra existe a Fazenda Colônia, local de seu nascimento(...)O grupo de jovens do Rio Grande do Norte seguiu para o lugar “Santo Agostinho”, nas proximidades da Serra da Colônia. Os inimigos dos Godê, que Chico Jararaca denomina apenas de “negos” ou “mulatos”, eram protegidos do coronel Desidério Ramos, homem poderoso em Afogados da Ingazeira. Em 3 de janeiro de 1897, Desidério matou, juntamente com outros capangas, o pai de Antônio Silvino, Pedro Baptista Rufino de Almeida, conhecido como “Batistão”(...) Ao chegar à região, Chico Jararaca descobriu que o grupo dos “mulatos” tinha 33 homens em armas, enquanto o grupo de Silvino e dos Godê apenas 16 “cabras”.” (blog Ct.)

Pois é meus amigos, mais um cangaceiro Jararaca, e antes do pernambucano, nas trilhas sangrentas do cangaço... Nas grotas das quebradas do Sertão.

Fonte/foto tokdehistoria.com

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário