São por
deveras incertos os números dos contingentes das Volantes e dos Cangaceiros
quando de suas batalhas nas matas da caatinga.
Autores fazem suas pesquisas e, dependendo das fontes, citam em suas literaturas aqueles números encontrados.
No sábado de Zé Pereira, fevereiro de 1925, deu-se uma das maiores batalhas entre cangaceiros e Força Policial. São consideradas as maiores, dentre tantas das que aconteceram, a da Serra Grande, a da Maranduba e a do Serrote Preto... Interessante é que cada uma foi realizada em Estados diferentes. Pernambuco, Sergipe e Alagoas, respectivamente.
" O nome
Serrote Preto provém de uma formação rochosa que fica escura, quando ocorre a
sombra do sol, sobre o mesmo." (Voltaseca Volta)
Segundo o
escritor Antônio Amaury, em seu livro "De Virgulino a Lampião",
escrito com a parceria de Vera Ferreira, na batalha do Serrote Preto, a Força
Pública era composta por cerca de 90 praças mais os seus comandantes e, o bando
de cangaceiros, contava com 40 ‘cabras’.
A força Pública, ainda em Pernambuco, dá no rastro do bando e sai em seu encalço pelos municípios de Custódia, Buíque e Águas Belas. Sempre chegando ‘depois’ do acontecido.
O bando
penetra no Estado alagoano e segue em direção à cidade de Mata Grande. Lá
chegando, fazem suas estripulias, matam duas pessoas e seguem rumo a Fazenda
Serrote Preto, já na divisa dos Estados de Pernambuco e Alagoas. Quando
analisamos a rota e os malfeitos dos cangaceiros, percebemos que eles deixaram
uma ‘trilha’ para que a volantes os perseguissem. Propositalmente o “Rei do
Cangaço” queria a tropa em determinado lugar... E assim aconteceu.
Lampião
preparava o terreno onde queria brigar. Rastros, através de sinais deixados nas
trilhas, pessoas para dizerem o rumo, e outras mais que ele usou como isca,
atraindo, para o local que escolhera, a tropa da Força Pública, como palco da
‘brigada’.
“A partir de
informações da população, a volante partiu em direção à fazenda e localizou os
bandoleiros no final da tarde. Eles estavam descansando e alguns jogavam
cartas, estes perceberam a aproximação da polícia e começaram a despejar uma
chuva de bala. A tropa foi massacrada em uma verdadeira chacina. Segundo
Rodrigues de Carvalho, em seu livro "Serrote Preto", foram quinze
soldados mortos e três bandoleiros (Asa Negra, Guri e Corró). No livro "De
Virgulino a Lampião", diz que foram dez soldados e dois oficiais mortos,
mais 30 feridos.
Os oficiais
mortos foram Francisco de Oliveira e Joaquim Adauto. O terceiro tenente, João
Gomes, sobreviveu e bateu em retirada com seus subordinados.” (http://luzdefifo.blogspot.com.br)
Deixava sempre
alguns dando parecer que estavam a descansar. Mandava-os jogarem cartas,
brincarem e divertirem-se, mesmo com alaridos para que, de longe, os volantes
pensassem que os iam pegar de surpresa. Pura ilusão... quase sempre era uma
‘arapuca’ bem armada, bem arquitetada pelo “Rei Vesgo”, para embosca-los... Nas
quebradas do Sertão.
Nosso amigo,
pesquisador Louro Teles, munido de um detector de metais, foi ao local da
batalha e, tantos anos depois, encontra ‘cascas’, capsulas, de balas
deflagradas na tarde daquele sábado de carnaval. Atentem para a data, no
'fundo' da capsula, da fabricação do projétil.
Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço José Romero de Araújo Cardoso
http://josemendespereirapotiguar.com.br
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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