Este universo
da pesquisa e estudos do cangaço nos reserva inúmeras surpresas; não só pelo
conjunto de recortes, revelações, fragmentos da verdade histórica; verdadeiras
sagas de homens e mulheres valorosas espalhados por este maravilhoso sertão a
fora, que configuram esse fenômeno intrigante, ao mesmo tempo, penoso e
espetacular, que foi o cangaço; mas também por todos os amigos que acabamos
trazendo dentro do coração ao longo dos anos. Os personagens da história de
ontem são os muitos cangaceiros, volantes, coiteiros, coronéis, enfim; que
escreveram com letras de sangue suas sagas genuinamente nordestinas. Os
personagens de hoje são verdadeiros vaqueiros da história; homens e mulheres,
possuidores de uma paixão incomum pela história de seu lugar, em meio aos dois
universos: remanescentes, descendentes, pessoas que de alguma forma guardam em
suas biografias, lembranças e marcas dos tempos do bacamarte.
Era o ano de
2009, havíamos junto com alguns amigos concluído o formato da primeira edição
do Cariri Cangaço que seria realizado em setembro daquele ano. Dentre os
convidados sugeridos pelo grupo que pensava a programação de nossa primeira
edição, surgiu o nome de um senhor que para mim era ainda desconhecido: Paulo Britto, logo após o
nome vinha sempre a observação "o homem é filho do tenente Bezerra que
matou Lampião !"
O tempo foi
passando, fomos conversando com todos os convidados e enfim mantive o primeiro
contato com Paulo
Britto, que até então também nunca havia ouvido falar nesse tal
"Cariri Cangaço" nem muito menos em Manoel Severo, entretanto, com
uma cordialidade incomum, marca registrada do mesmo, me atendeu com se fossemos
grandes amigos de longas datas. Começava ali uma relação de amizade afeto que
repercutiu em toda nossa família ao longo desses anos.
O Cariri
Cangaço de 2009 recebeu 79 pesquisadores de todo o Brasil, na época nenhum
evento havia realizado nada parecido. Paulo Britto chegava a Crato acompanhado
do filho Benner Britto e
de sua nora; pouco a pouco abraçava os conhecidos e se esforçava em
cumprimentar a todos. Diante da agenda intensa de atividades e eventos,
compareceu à grande maioria, sempre solicito, cordial e participativo.
Em noite
polêmica de encerramento do Cariri Cangaço daquele ano, quando se discutiu em
Mesa qualificada; onde despontavam Antônio Amaury, Leandro Cardoso, Paulo
Gastão, Alcino Costa e Aderbal
Nogueira; o desfecho das "Mentiras e Mistérios de Angico";
novamente Paulo Britto se destacou pela elegância, lucidez e acima de tudo pelo
extremo respeito às divergências, mostrando também ali a grandeza de seu
caráter.
Paulo Britto, Ane Ranzan e toda sua família fazem parte deste time chamado Cariri Cangaço, enriquecendo nossas hostes e nos trazendo muita alegria e honra. Meus amigos, temos a satisfação de abraçar ao confrade e estimado amigo Paulo Britto, como também à sua esposa Ane e a toda sua família, refletindo todo nosso respeito e admiração, estimando que logo mais, em eventos de nosso Cariri Cangaço possamos abraçá-los mais uma vez.
http://cariricangaco.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário