Por Kydelmir Dantas
Sou
'testemunha ocular' desta autoria. Por 5 anos como consultor histórico deste
espetáculo, que tem a História como espinha dorsal, fui a procura das
reminiscências dessa autoria. Conversei com Tarcísio Gurgel e até debatemos
sobre as diversas mudanças que 'lhe impuseram' nas tais licenças poéticas que
sempre usam como desculpas artísticas. Ele - um gentleman mossoroense - nunca
fez questão disto, até porque entende que o espetáculo é para turistas e que
deve ser feito para que os nativos tenham uma noção do que foi aquele 13 de
junho de 1927.
Mas, voltemos
ao assunto AUTORIA. Em 1977, nos 50 anos da vitória de Mossoró sobre o bando de
cangaceiros comandados por Lampião, houve um programa de homenagens aos
cidadãos que estiveram nas trincheiras da resistência. Ao mesmo tempo,
lembraram-se de fazer uma peça teatral que mostrasse um pouco daquela tarde
histórica. O executivo mossoroense, através da secretaria de educação e
cultura, contactou-se com Ariano Suassuna que, segundo ele, por questão de
tempo, não pode assumir o compromisso de montar o texto. Daí alguém se lembrou
de Tarcísio Gurgel, que estava por cá e já conhecido como uma pessoa que teria
capacidade de fazê-lo.
Imagens do
Espetáculo Chuva de Bala
Convite feito,
convite aceito e TG montou a peça que levou o título de Espetáculo da
Resistência, encenado pelo Grupo de Teatro da UFRN no adro da Capela de São
Vicente no dia 13 de junho daquele ano. Fácil é de se comprovar isto... Vão até
o impresso jornal O Mossoroense, e peguem o mês de junho de 1977, lá
encontra-se convite, local e data da encenação. Encontra-se no acervo do Museu
Municipal Lauro da Escóssia.
Em 2002, num
momento de lucidez, o executivo local resolveu que a peça deveria voltar a ser apresentada
para os seus munícipes; entraram em contato com o TG – ele lembra hora, dia,
mês e o representante da PMM que lhe contactou – para uma nova montagem que, a
partir de então recebeu o novo título de CHUVA DE BALA NO PAÍS DE MOSSORÓ.
Mesmo com o estupro do diretor de então – Abujamra – à nossa história e a do
cangaço – aconteceu. A partir de 2003, com a direção de João Marcelino, que nos
primeiros anos mais se aproximaram da História real, houve várias mudanças, e
eu estive lá, assistindo, aplaudindo e conferindo, que o texto do Tarcísio
Gurgel, as músicas do Danilo Guanais, os atores e atrizes de Mossoró, farão
sucesso sob qualquer direção. E tenho dito!
Kydelmir
Dantas
Pesquisador,
escritor, cordelista
Conselheiro
Cariri Cangaço
http://cariricangaco.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário