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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

O TRABALHO BRAÇAL DO SERTANEJO

Por Damião de Andrade Lima.

O TRABALHO BRAÇAL DO SERTANEJO

Desde cedo aprendi todo o manejo
Do roçado com meu pai me ensinando.
Quando via o inverno aproximando
Ansioso esperava o relampejo.
A alegria no olhar do Sertanejo 
Era sempre fiel e bem cortês.
Tropeçando na fala - o Português
E nos dando lições sempre de vida...
Quem nasceu no Sertão conhece a lida
Do trabalho braçal do cam.


Sertanejo não para e se adoece
Seu estado piora ainda mais
Quando deixa roçado e animais
Aos cuidados de quem pouco conhece.
Todo dia pra Deus reza uma prece
Pra que fique melhor antes de um mês.
É que em casa e na sombra a palidez
Deixa a face do ser descolorida...
Quem nasceu no Sertão conhece a lida
Do trabalho braçal do camponês!


Toda casa no sítio sempre tem
Um terreiro bem grande e a latada
Onde põe a carroça enferrujada
Quando guarda o legume no armazém.
Toda tarde o vizinho feliz vem
Prosear e não sente timidez.
Um café com cuscuz ou pão francês
Ele toma de alma agradecida.
Quem nasceu no Sertão conhece a lida
Do trabalho braçal do camponês!


Mote e Glosa: Andrade Lima.
Em Teresina PI, 21/09/2016


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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