https://www.youtube.com/watch?v=jGRAcWZee-M
Pedra do Ingá,
na Paraíba, guarda enigmas sobre os primeiros habitantes do Brasil. No oeste da
Paraíba, a 46km de Campina Grande e a 109km de João Pessoa, localiza-se o
primeiro monumento arqueológico tombado como patrimônio nacional em 1944: a
pedra do Ingá. Identificado pelos arqueólogos como "itaquatiara", o
que em tupi-guarani significa "pedra pintada", o bloco rochoso possui
desenhos esculpidos em baixo-relevo que aguçam o imaginário dos místicos e
despertam a curiosidade até dos mais céticos.
A pedra,
situada no município de Ingá, à margem do riacho Bacamarte, mede 24m de
comprimento e 3,8m de altura. Os símbolos, sulcados e esculpidos com apurada
técnica na enorme pedra, lembram figuras humanas e animais; linhas onduladas
remetem ao movimento das águas; há contornos curvilíneos, círculos pendulares e
formatos cônicos que, "forçando" a imaginação, assemelham-se a
foguetes. Mas tudo é especulação. Quem desmistifica essas impressões é
Vanderley de Brito, presidente da Sociedade Paraibana de Arqueologia.
Segundo o
historiador e arqueólogo, as inscrições pertenceram a uma cultura extinta entre
2.000 e 5.000 anos atrás. Não se sabe a data certa das inscrições, pois a pedra
está numa área fluvial onde não há vestígios orgânicos nem utensílios
cerâmicos, objetos ou tecidos com desenhos semelhantes àqueles encontrados na
rocha. "O mais provável é que o painel rupestre guarde em seu baixo-relevo
um comunicado bem mais simples do que se imagina. Talvez tenha sido feito para
perpetuar alguma tradição do clã e seus heróis do passado", declara.
Além disso, certas
ações realizadas hão menos de um século dificultam, hoje em dia, a descoberta
de mais informações acerca das intrigantes inscrições rupestres. Na década de
1950, algumas pedras com desenhos esculpidos, próximas da rocha principal,
foram destruídas para se transformar em paralelepípedos destinados à
pavimentação das ruas da capital paraibana. A área total do complexo
arqueológico, na época de seu tombamento, era de 1.200m²; hoje, é de apenas
1000m². Por fim, o clima também tem sua parcela de culpa. A pedra fica exposta
ao sol, ao frio, à chuva e às cheias do riacho. Tudo isso desgasta a camada
superficial da rocha, apagando lentamente a história dos primeiros habitantes
do Brasil.
Museu de
história natural.
No complexo da pedra do Ingá há um pequeno museu de história natural, criado em 1996, que possui em seu acervo fósseis de animais extintos há mais de 10 mil anos. Alguns desses fósseis – animais da fauna pleistocênica da região de Ingá e instrumentos de pedra polida - foram descobertos pela própria fundadora do museu, a historiadora e paleontóloga Mali Trevas. Há também peças vindas do litoral paraibano, como o esqueleto de baleia e o gastrópode (molusco) fossilizado, ambos de origem triássica (entre 251 e 199 milhões de anos atrás).
Como chegar
De carro –
Vindo de Campina Grande pela BR 230. Na altura do quilômetro 118, entre na
estrada estadual PB 095, depois siga as placas por mais 5km até chegar ao sítio
arqueológico.
De ônibus – Da
rodoviária de Campina Grande, a empresa Auto Viação Progresso parte diariamente
para Ingá. Saídas: das 6h30 até 17h. O ônibus para na entrada da cidade, a 5km
de distância do sítio arqueológico. Dá para ir a pé ou pegar moto-táxi. Mais
informações: www.autoviacaoprogresso.com.br
Saindo de João
Pessoa, a empresa Real Bus sai da rodoviária diariamente e para em Ingá. Saída:
das 5h às 21h. Mais informações: www.realbus.com.br
Sítio
Arqueológico Itaquatiara (Pedra do Ingá)
Funcionamento: diariamente, das 8h às 16h. Entrada gratuita.
Sites:
Prefeitura de Ingá
Guia turístico
Onde ficar:
As opções de hospedagens estão em Campina Grande, que fica a 46km. Leia mais
sobre Campina Grande aqui.
Fonte:
uol.com.br
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