Clerisvaldo B. Chagas, 19 de abril de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica 1.883
Quando giramos por algumas religiões espalhadas pelo mundo, sempre notamos algumas diferenças. E quando se fala da criação de mundo, de como surgiu o homem e a mulher, surgem opiniões interessantes que passam para a tradição de cada povo.
ÍNDIO GUARANI. FOTO: (BLOG DA FOLHA). |
As opiniões estão em todas as partes, mesmo nas aldeias indígenas ou negras africanas. Mas a beleza dessas narrativas chama atenção pelo lado poético. Assim apresentamos no momento um texto sobre o assunto, para sairmos da rotina de tantas notícias péssimas. Vejamos abaixo:
“O Criador, cujo coração é o Sol, tataravô desse Sol que vemos, soprou seu cachimbo sagrado e da fumaça desse cachimbo se fez a Mãe Terra. Chamou sete anciões e disse: ”gostaria que criassem ali uma humanidade”. Os anciões navegaram em uma canoa que era como uma cobra de fogo, pelo céu. E a cobra-canoa levou-os até a Terra. Logo ali depois colocaram os desenhos-sementes de tudo o que viria a existir. Então eles criaram o primeiro ser humano e disseram: “Você é o guardião da roça”. Estava criado o homem. O primeiro homem desceu do céu através do arco-íris em que os anciões se transformaram. Se nome era Nanderuvuçu, o nosso pai antepassado, o que viria a ser o Sol. E logo os anciões fizeram surgir das águas do grande rio Nanderykeicy, a nossa Mãe Antepassada. Depois que eles geraram a humanidade, um se transformou no Sol, a outra na lua e são nossos tataravôs”.
JECUPÉ, Kaka Werá. A terra dos mil povos: história indígena contada por um índio. São Paulo. Petrópolis, 1998. P. 5. (Série Educação para todos).
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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