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quarta-feira, 20 de junho de 2018

ESCRITOR DANIEL SOARES LINS


Por Analucia Gomes

Doutor em Sociologia e Pós-doutor em Filosofia pela Sorbonne, psicanalista, Daniel Lins é professor do Departamento de Ciências Sociais da UFCE. É autor de mais de vinte livros, entre outros: “Lampião o homem que amava as mulheres”, “La Passion Selon Lampião”. 


O seu livro, ‘Lampião - O homem que amava as mulheres’, evidencia-se na bibliografia do cangaço como um trabalho acadêmico que utiliza a metodologia científica para discorrer sobre um assunto tão característico do imaginário popular nordestino. Daniel Lins não separou o “imaginário” do “acadêmico”, ou histórico. Segundo ele, a própria história é um imenso imaginário. 


Diante do vazio de pesquisas acadêmicas acerca de Lampião, em particular, e do cangaço em geral, foi possível, para além do “racismo de classe” (Bourdieu) da academia, salvo honrosas exceções, trabalhar o cangaço e Lampião segundo uma metodologia séria, numa linguagem rigorosa, sem matar a poesia da personagem nem a força do imaginário popular que criou, à sua maneira, uma constelação de lendas e contos extraordinários, cotidianos, a respeito de Lampião e do cangaço. Escreve-se sobre o cangaço, o que vale dizer que, em geral, não se escreve com, mas contra: é a escrita do julgamento, muitas vezes improvisada, pobre e sem comprovação, sem formação nem metodologia, guiadas ora por um amor excessivo ao personagem, ora por um ódio beirando o racismo, os “donos” da memória do cangaço terminaram por exilar o cangaço na sua própria diferença. Daniel Soares Lins é sócio da SBEC.



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