Luiz Gonzaga
Pinto da Gama nasceu em 21 de julho de 1830.
Era filho de um português e de Luiza Mahin, negra acusada de se envolver com a Revolta dos Malês, na Bahia – a primeira grande rebelião urbana de escravos da história do Brasil.
Aos 10 anos, tornou-se cativo, vendido pelo próprio pai.
Luiz Gama
morou com a mãe em Salvador até os oito anos.
Quando a líder rebelde teve que fugir para o Rio de Janeiro, buscando escapar da forte perseguição policial, Luiz foi entregue ao pai, um fidalgo português. Jogador compulsivo e afogado em dívidas, seu pai lhe vendeu a um traficante e Luiz Gama virou escravo doméstico em São Paulo.
Aos 18 anos,
sabendo ler e escrever, conseguiu provas irrefutáveis da ilegalidade de sua
condição, pois era filho de uma mulher livre.
Já liberto, em
1848 assentou praça na Força Pública da Província.
Em 1854 teve
baixa da Força Pública por insubordinação e em 1856 foi nomeado escrevente da
Secretaria de Polícia.
Foi nesse
período, como escrevente, que Luiz teve acesso à biblioteca do delegado, então
professor de Direito.
Autodidata e dono de uma memória excepcional, Luiz Gama se tornaria um grande advogado (rábula).
Foi um dos
abolicionistas mais atuantes de São Paulo.
Com seu trabalho nos tribunais, conseguiu a libertação de centenas de negros mantidos injustamente em cativeiro ou acusados de crimes contra os senhores.
Especializou-se nessa área.
Três anos
depois, publicou seu único livro de poesias.
Seu célebre
poema A Bodarrada ironizava os que tentavam negar a influência africana na
formação da nossa identidade nacional.
Ao admitir no poema que também era bode – termo pejorativo usado para ridicularizar os negros –, Gama tornou-se o primeiro escritor brasileiro a assumir explicitamente sua identidade negra, sendo assim o fundador da literatura de militância dos negros no Brasil.
Também
colaborou com diversos periódicos, escrevendo para jornais satíricos de São
Paulo. Em 1880, já tinha se transformado em um líder do movimento abolicionista
da cidade.
Lutou nas cortes provincianas para estabelecer o princípio de que todos os escravos ingressos no país após a proibição do tráfico negreiro, em 1850, eram livres por lei.
Considerava
legítima a defesa dos crimes cometidos por escravos contra seus senhores.
Por
insistência de Lúcio de Mendonça, advogado e amigo, Luiz Gama escreveu uma
carta autobiográfica.
Graças a ela, a lembrança de Luiza Mahim chegou até os dias atuais.
Após longo
período de doença, Luiz Gama morreu no dia 24 de agosto de 1882, em São Paulo.
Em São Paulo,
Capital, no Bairro do Ipiranga, tem um rua em seu nome como homenagem.
Foto de 1880
por Militão Augusto de Azevedo
Fonte texto: Internet
Fonte texto: Internet
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