Por José Mendes Pereira
Escritor Júnior Alneida
O escritor Júnior Almeida lançou recentemente o seu mais novo trabalho sobre cangaço com o título "LAMPIÃO, O CANGAÇO E OUTROS FATOS NO AGRESTE PERNAMBUCANO".
O jornalista Roberto Almeida escreveu o seguinte sobre o autor e sobre o livro:
"Com poucos
mais de 40 anos de idade Júnior Almeida lançou seu primeiro livro, “A Volta do
Rei do Cangaço”, uma ficção com um toque de Quentin Tarantino, pois mostra
Virgulino vivo nos tempos atuais, como vítima de uma espécie de maldição que o
torna imortal e não o deixa envelhecer.
“Tarantino
mudou a história matando Hitler num atentado, por que não posso ressuscitar
Lampião? ”, explicou Júnior, ao comentar o romance, que teve boa acolhida na
região e em outras partes do país, principalmente pelos intelectuais
apaixonados pelo inesgotável tema do cangaço. Agora, o escritor volta ao
tema, mas desta vez deixa de lado a ficção e nos apresenta um trabalho de uma
minuciosa pesquisa de campo, livros, jornais antigos e documentários, mostrando
como o cangaço esteve presente em algumas cidades do Agreste Meridional, na
primeira metade do Século XX.
O livro
registra as ligações de coiteiros, volantes e cangaceiros com o Agreste
Meridional, nas cidades de Águas Belas, Garanhuns, Angelim, Capoeiras, São
Bento do Una, Caetés, Canhotinho e Paranatama, e a passagem de Lampião e outros
bandoleiros por algumas delas. Na sua pesquisa, Júnior descobriu fatos
relacionados com os “fora da lei do Sertão”, nunca antes revelados e o que são
agora, neste livro que representa uma contribuição para a História do Cangaço,
do Agreste, de Pernambuco e do Brasil.
Um dos
personagens que chama a atenção, no trabalho, é José Caetano, um dos maiores
nomes no combate ao cangaço, militar que lutou contra as forças de Antônio
Silvino, Sinhô Pereira e Lampião. O destemido volante morou em várias cidades
de Pernambuco e terminou a vida em Angelim, a pouco mais de 20 km de Garanhuns,
onde está sepultado. Dona Branca, de Paranatama, que viveu até os 103 anos
de idade, foi entrevistada mais de uma vez pelo autor do livro e passou
informações bem interessantes da passagem de Lampião por Paranatama, alguns
anos antes do bandido ser assassinado pelas forças volantes, em 1938.
Capitão
Virgulino Ferreira passou uma das maiores humilhações de sua vida no ataque a
Paranatama, que à época se chamava Serrinha: sua companheira, Maria Bonita,
levou um tiro na bunda e os cangaceiros tiveram de fugir pressas, levando a
mulher nos braços. Lampião saiu cheio de ódio a Serrinha e prometeu voltar
um dia para incendiar a vila e matar todo mundo que morava no lugar. Tudo
isso e muito mais, num estilo seco, objetivo, você vai encontrar em “Lampião, o
Cangaço e Outros Fatos no Agreste Pernambucano”. Vale a pena a leitura
pelas informações inéditas, por esse novo olhar no fenômeno do cangaço e pela
identificação do autor com a realidade de uma parte do Agreste de Pernambuco.
Júnior se
interessou por História e está fazendo História, com seus livros que falam de
bandoleiros conhecidos, que retratam a luta das forças do governo contra os
pistoleiros da primeira metade do século passado, com violências praticadas
pelos dois lados e o povo pobre sofrendo, vítima dos cangaceiros, dos coronéis
do Agreste e Sertão, do próprio Governo, que ontem, como hoje, tende a servir
aos poderosos. Roberto
Almeida"
Eu já recebi o meu e agradeço de coração ao escritor pela dedicatória e pelo excelente trabalho que acabou de nos entregar.
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