Por José João Sousa
A Casa da
Cultura de Pernambuco é um dos maiores polos de comercialização de artesanato
do Recife e um dos cartões postais do estado. O imponente prédio onde está
instalada foi construído para abrigar a antiga Casa de Detenção do Recife, que
permaneceu por mais de um século como a mais importante penitenciária de
Pernambuco, e lá foi preso o assassino de João Pessoa, João Dantas, que foi
assassinado, mas disseram que foi suicídio. O presidio também abrigou diversos
cangaceiros, entre eles Antônio Silvino, conhecido como o Rifle de Ouro. Hoje,
as antigas celas são ocupadas por lojas, associações culturais e lanchonetes. A
Casa conta ainda com teatro e anfiteatro que acolhem ações formativas e
espetáculos de teatro, música e dança promovidas ou apoiadas pelo Governo do
Estado através da Fundarpe.
Inaugurada no
dia 25 de abril de 1855, a antiga Casa de Detenção do Recife é uma das maiores
edificações do século XIX, localizada próximo a duas expressivas obras desse
século: a Estação Ferroviária do Recife e a Ponte 6 de Março (mais conhecida
como a Ponte Velha). O projeto original é de autoria do engenheiro e urbanista
José Mamede Alves Ferreira, responsável por outras obras importantes na cidade,
como o Hospital Pedro II e o Ginásio Pernambucano. A construção de Mamede segue
o modelo “panopticon”, obedecendo aos padrões tradicionais de segurança das
penitenciárias da época.
Após funcionar
118 anos como presídio, em 1973 o então governador Eraldo Gueiros Leite
determinou o fechamento da Casa de Detenção do Recife. No mesmo ano, um plano
de restauração do edifício foi elaborado e a partir de 14 de abril de 1976 o
prédio se tornou a Casa da Cultura de Pernambuco. Essa mudança de penitenciária
para centro cultural havia sido idealizada e planejada cerca de dez anos antes,
pelo artista plástico Francisco Brennand, na época em que era o chefe da Casa
Civil do Governo do Estado. Convidados por Brennand, a arquiteta
ítalo-brasileira Lina Bo Bardi e o arquiteto Jorge Martins Júnior foram os
responsáveis pela elaboração do projeto de renovação e adequação do edifício.
A Casa da
Cultura abriga dois painéis do pintor pernambucano Cícero Dias, que representam
a Revoluções Pernambucanas de 1817 e 1824. Além do Teatro Clênio Wanderley, do
Palco Nelson Ferreira e mais de 110 lojas de arte e artesanato, a Casa é
endereço da sede de movimentos, associações e sindicatos como o Movimento Negro
Unificado, Anistiados Políticos, Sindicato de Artesãos da Região Metropolitana
do Recife e de Pernambuco.
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