Texto: Dr. Iaperi Araujo (pesquisador/escritor do cangaço)
CORTAR CABEÇAS, ou morte por degola ou a separação da cabeça do corpo é uma
prática muito antiga. Ela tem um significado POLÍTICO, ou seja, o da
subjugação do vencido.
Sob, o aspecto religioso cristão, a cabeça separada do
corpo, não permitiria a ressurreição do morto. A bíblia fala do corte da
cabeça de João Batista, a pedido de Salomé.
Em Canudos, após a derrota de
Conselheiro a DEGOLA foi geral (triste página de nossa história). Mesmo,
após sua morte, foi procedida a exumação e o corte de sua cabeça.
Em 1926,
quando da passagem da COLUNA PRESTES pelo nordeste, ocorreram casos de degola
tanto feita pelos revoltosos, quanto pelos legalistas.
No cangaço,
esse procedimento teve uma ocorrência muito grande, sobretudo na 2ª fase do
fenômeno, em que AS CABEÇAS eram apresentadas às autoridades, e, os matadores
eram promovidos. A ordem era geral, ou seja, MATAR E TRAZER A
CABEÇA.
A separação da cabeça do resto do corpo, mutilando-o, fragmenta
a ideia da imortalidade. No caso da DEGOLA procedida em Angico (morte de
Lampião, Maria e Mais 9 cangaceiros), por ocasião da degola de MARIA, após o
corte da cabeça, alguns policiais informaram que colocaram o dedo no canal
medular extraindo parte da massa cinzenta- encefálica.
O próprio Tenente João
Bezerra informou que após as mortes de cangaceiros em Angico as CABEÇAS
tiveram que ser cortadas, pois ficava impossível, trazer os corpos em face das
dificuldades encontradas e, por trazerem, também, o corpo do soldado Adrião,
que foi morto em combate. É por ai.!.
FOTOS acrescentadas para ilustrar a matéria:( Volta seca)
O Cruzeiro; A NOITE / acervo pessoal./ Google.
Texto:: Dr. Iaperi Araujo ( pesquisador/ escritor do cangaço)
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