Clerisvaldo B. Chagas, 5 de abril de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.085
No momento em que se fala em aeroporto em Maragogi, cidade turística do litoral norte de Alagoas, Santana do Ipanema, no Médio Sertão, continua sem crescer nesse sentido. Possui o seu campo de pouso desde o tempo do teco-teco a seis quilômetros do centro da cidade, com pista de barro vermelho. Passando ao lado da pista abandonada, tomam-se rumo aos sítios da zona sul, prosseguindo até a cidade de Senador Rui Palmeira. Pista sem asfalto que não chega nem um aviãozinho para divertir a meninada como na década de 60. Entra prefeito e sai prefeito e nada de aproveitar o campo de aviação, para viagens mais rápidas à capital. Antigo lugar de encontro de casais e fumadores de maconha, o campo parece predestinado ao desprezo.
Cercado pelos sítios Bigula, icó e Várzea da Ema, dizem que faz parte do sítio Barriguda.
Foi ali perto, na margem direita da AL-130, que o saudoso funcionário Luiz Dantas, comprou uma chácara. Artista do olhar aguçado enxergou a forma de um sapo numa pedra na parte baixa da sua propriedade. Pouco tempo depois, a rocha se transformava num sapo de pedra e passava a ser a atração máxima de quem trafegava pela AL-130. Milhares e milhares de fotografias foram tirados dos mais diferentes ângulos, por turistas e outros viajantes que se encostam à cerca de arame farpado e mandam fogo naquela direção. Muitos não se conformam e pedem aos moradores da chácara para entrar na propriedade, fotografar de perto e até escalar as costas do animal.
Tudo é no sítio Barriguda que ainda oferece pequenos bares e restaurantes para quem quer fugir de cidades adjacentes em fins de semana.
Muitas outras formas de animais encontramos nas estradas em rochas e vegetais secos, árvores mortas, como hienas, socós, jacarés, cobras... Mas o problema é que não encontramos mais talentos e disposição de artistas para ornar os nossos caminhos. A pedra do sapo do saudoso Luiz Dantas está em nosso livro “Repensando a Geografia de Alagoas” e que continua inédito.
Um dia chegará a vez do campo de pouso e os sapos de pedras povoarão nossos sertões.
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