Maria Rita de
Sousa Brito Lopes Pontes (Salvador, 26 de maio de 1914 —
Salvador, 13 de março de 1992), mais conhecida
como Irmã Dulce, Beata Dulce dos Pobres ou Bem-Aventurada
Dulce dos Pobres,[1][2] tendo
recebido o epíteto de "o anjo bom da Bahia", foi
uma religiosa católica brasileira, que
fez muitas ações de caridade e assistência para quem mais precisava.
Irmã Dulce
ganhou notoriedade por suas obras de caridade e de assistência aos pobres e
necessitados, obras essas que ela praticava desde muito cedo. Na juventude já
lotava a casa de seus pais acolhendo doentes. Ela também criou e ajudou a criar
várias instituições filantrópicas: uma das mais importantes e famosas é o Hospital Santo Antônio, que foi construído
no lugar do galinheiro do Convento Santo Antônio. Hoje atende diariamente mais
de cinco mil pessoas.[3]
Em sua
homenagem, a estância balneária de Praia
Grande (SP) nomeou o principal hospital da cidade como Hospital Irmã
Dulce.
Irmã Dulce foi
uma das mais importantes, influentes e notórias ativistas humanitárias do século XX.
Suas grandes obras de caridade são referência nacional, e ganharam repercussão
pelo mundo. Seu nome é sempre relacionado à caridade e amor ao próximo.
Foi indicada
ao Prêmio Nobel da Paz no ano de 1988 pelo então
presidente do Brasil, José
Sarney, porém não ficou com o título. Em 2011, foi beatificada pelo
enviado especial do Papa Bento XVI, Dom Geraldo Majella Agnelo, em Salvador, sendo a
beatificação o último passo antes da canonização.
Irmã Dulce pode se tornar a primeira Santa Católica nascida no Brasil. Em 2001, foi eleita
"a religiosa do século XX", em uma eleição que foi publicada pela
revista Isto
É. Em 2012,
foi eleita uma dos 12 maiores brasileiros de todos
os temposem pesquisa feita pelo SBT, para eleger a
personalidade que mais contribuiu para o país.[5]
Em 2014 o governador
da Bahia, Jaques Wagner, instituiu por um decreto a data de 13
de agosto como o Dia Estadual em Memória à Bem Aventurada Dulce dos Pobres.[6][7][8] Contudo,
a data não será feriado no estado, por não ter mais vagas disponíveis no
calendário local.[6]
Biografia
Maria Rita era
filha de Dona Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes e do Doutor Augusto Lopes
Pontes, dentista e professor da Universidade Federal da Bahia. Quando
criança, costumava rezar muito e pedia sinais a Santo
Antônio, pois queria saber se deveria seguir a vida religiosa ou se casar.
Desde os treze anos de idade, depois de visitar áreas carentes, acompanhada por
uma tia, ela começou a manifestar o desejo de se dedicar à vida religiosa.
Começou a ajudar mendigos, enfermos e desvalidos. Nessa mesma idade, foi
recusada pelo Convento de Santa Clara do Desterro,
em Salvador, por ser jovem demais, voltando a estudar.
Então, e sendo
este o motivo pelo qual não foi aceita, a menina Maria Rita tinha boas referências
para procurar o Convento do Desterro, pois o mesmo já gozava da boa fama de ter
tido veneráveis religiosas, como a Madre Vitória da Encarnação, primeira
religiosa brasileira com fama de santidade, falecida em 1715, a Madre Maria da Soledade e a Madre Margarida da Coluna, que juntas são
chamadas de as Três santas do Desterro. Já em 1730,
escrevia sobre as virtuosas religiosas deste convento, Sebastião da Rocha Pita, no seu livro História da América Portuguesa:
Foi crescendo
com o amor de Deus a pureza nas religiosas em tal grau, que competiam em
santidade, e faleceram algumas admiráveis em prodigiosa penitência e com
notável opinião, entre as quais se conta a madre Soror Victória da Encarnação,
cuja vida anda escrita por ilustríssima pena, que foi a do senhor D. Sebastião
Monteiro da Vide, arcebispo da Bahia, que com vôos de águia soube registrar as
luzes daquele extático sol.[9]
Com o
consentimento da família e o apoio de sua irmã, Dona Dulcinha, a menina foi
transformando a casa da família, na Rua da Independência, 61, no bairro
de Nazaré, num centro de atendimento à pessoas
necessitadas. A casa ficou conhecida como "a portaria de São
Francisco", tal o número de carentes que se aglomeravam a sua porta.
Em 8 de
fevereiro de 1933, logo após se formar professora primária (1932), Maria Rita
entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe
de Deus, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe.
Em 13 de agosto de 1933, após seis meses de noviciado,
ela fez sua profissão de fé e votos perpétuos, tomando o hábito de freira e
recebendo o nome de Irmã Dulce, em homenagem a sua mãe, aos 19 anos de idade.[4] Em
seguida (1934), voltou a Salvador. Sua primeira missão como religiosa foi
ensinar em um colégio mantido pela sua congregação, na Cidade Baixa, além de também assistir as
comunidades pobres da região.
Em 1936, com apenas 22
anos, fundou, com Frei Hildebrando Kruthanp, a União Operária São Francisco,
primeiro movimento cristão operário da Bahia. No ano seguinte, sempre com Frei
Hildebrando, criou o Círculo Operário da Bahia, mantido com a arrecadação de
três cinemas que ambos haviam construído através de doações.[10] Tinham
como finalidade a difusão das cooperativas,
a promoção cultural e social dos operários e a defesa dos seus direitos.[11]
Em maio
de 1939, Irmã
Dulce inaugurou o Colégio Santo Antônio, voltado para os operários e seus
filhos. No mesmo ano, para abrigar doentes que recolhia nas ruas, Irmã Dulce
invadiu cinco casas na Ilha do Rato, em Salvador. Depois de ser expulsa do
lugar, teve que peregrinar durante uma década, instalando os doentes em vários
lugares, até transformar em albergue o
galinheiro do Convento de Santo Antônio, que mais tarde deu origem ao Hospital
Santo Antônio, centro de um complexo médico, social e educacional que continua
atendendo aos pobres.[3]
Mesmo com a
saúde frágil, Irmã Dulce construiu e manteve uma das maiores e mais respeitadas
instituições filantrópicas do país — as Obras Sociais Irmã Dulce.[12]
Em 1980, durante a
primeira visita do Papa João Paulo II ao Brasil, Irmã Dulce
foi convidada a subir ao altar para receber uma bênção especial. O Papa retirou
do bolso um rosário e ofereceu a ela dizendo: "Continue, Irmã Dulce,
continue".[13]
Em 1988, foi indicada
para o Prêmio Nobel da Paz, pelo então presidente do
Brasil José Sarney, com o apoio da rainha Silvia da Suécia.[13][14]
Em 2000, foi distinguida
pelo Papa João Paulo II com o título de Serva de
Deus. O processo de beatificação de Irmã Dulce tramitou na Congregação para as Causas dos
Santos do Vaticano.[15]
Praça Irmã
Dulce, em Salvador, inaugurada em homenagem à freira.[16]
Entre os
diversos estabelecimentos que Irmã Dulce fundou estão o Hospital Santo Antônio,
capaz de atender setecentos pacientes e duzentos casos ambulatoriais. O
atendimento médico conta com especialização geriátrica, cirúrgica, hospital
infantil, centro de atendimento e tratamento de alcoolismo,
clínica feminina, unidade de coleta e transfusão de sangue, laboratórios e um
centro de reabilitação e prevenção de deficiências. Além do hospital, Irmã
Dulce também criou o Centro Educacional Santo Antônio (CESA),
instalado em Simões Filho, que abriga mais de trezentas crianças de
3 a 17 anos. No Centro, os jovens têm acesso a cursos profissionalizantes. Irmã
Dulce fundou também o "Círculo Operário da Bahia", que, além de
escola de ofícios, proporcionava atividades culturais e recreativas.
Durante mais
de cinquenta anos de entrega total à caridade e amor ao próximo, em 11
de novembro de 1990, Irmã Dulce começou a apresentar problemas respiratórios,
sendo internada no Hospital Português da Bahia, depois transferida à UTI do Hospital
Aliança e finalmente ao Hospital Santo Antônio. Em 20 de
outubro de 1991, recebe no convento, em seu leito de morte, a segunda
visita do Papa João Paulo II ao Brasil para receber a
bênção e a extrema unção.[13][17]
O "anjo
bom da Bahia" morreu em seu quarto, de causas naturais, aos setenta e sete
anos, às 16:45 do dia 13 de
março de 1992,
ao lado de pessoas queridas por ela, como as irmãs do convento. Seu corpo foi
sepultado no alto do Santo Cristo, na Basílica de Nossa
Senhora da Conceição da Praia e depois transferido para a Capela do
Hospital Santo Antônio, centro das Obras Sociais Irmã Dulce
Beatificação
A 21 de
janeiro de 2009, a Congregação para as Causas dos
Santos do Vaticano anunciou o voto favorável que reconhece Irmã Dulce
como venerável.[18]
A 3 de abril de 2009, o Papa
Bento XVI aprovou o decreto de reconhecimento de suas virtudes heróicas.
No dia 9 de junho de 2010, o corpo de Irmã
Dulce foi desenterrado, exumado, velado e sepultado pela segunda vez, sendo
este o último estágio do processo de beatificação.
No dia 27 de
outubro de 2010, foi anunciada pelo cardeal arcebispo de Salvador e
primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella Agnelo, em coletiva de
imprensa realizada na sede das Obras Sociais Irmã Dulce, a beatificação da
religiosa Irmã Dulce, tornando-a a primeira bem-aventurada da Bahia.[19][20] O
anúncio foi sucedido pelo decreto em 10
de dezembro de 2010 e aconteceu após o reconhecimento de um milagre pela
intercessão da religiosa na recuperação de uma mulher sergipana, que havia sido
desenganada pelos médicos após sofrer uma hemorragia durante
o parto.[21]
No dia 22 de maio de 2011, Irmã Dulce foi
beatificada em Salvador, e passou a ser reconhecida como "Bem-Aventurada
Dulce dos Pobres". A Solene Eucaristia de Beatificação foi presidida pelo
enviado especial do Papa Bento XVI, Dom Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito de Salvador.[1][2][4] Mesma
ocasião em que o dia 13 de agosto se tornou, oficialmente, a data da celebração
de sua festa litúrgica, que é comemorada em Salvador, e em pelo menos 28
igrejas e capelas de outros estados.[4] É
também comemorada pela Igreja
Episcopal Anglicana do Brasil. Contudo, sua festa litúrgica é celebrada em
13 de março nessa denominação.[22]
Na mídia
Em 27 de novembro
de 2014 estreou o filme biográfico sobre Irmã Dulce,
intitulado Irmã Dulce e rodado inteiramente em
Salvador, mostra a trajetória da freira na infância, fase adulta e últimos anos
de vida. Narra seu ativismo social desde a época da juventude até a construção
das Obras Sociais Irmã Dulce.[12][23][24][25]
Frases
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Miséria é a
falta de amor entre os homens..
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Há momentos
em que nos sentimos abandonados porque nos esquecemos da onipotência de Deus.
Ele tudo vê. Então é preciso acreditar e ter a certeza que nada é impossível
aos olhos Dele.
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O amor
supera todos os obstáculos, todos os sacrifícios. Por mais que fizermos, tudo
é pouco diante do que Deus faz por nós.
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Proteja Irmã Dulce, todos aqueles que fazem parte e visitam o nosso blog.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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