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sexta-feira, 6 de setembro de 2019

A MORTE DE NENÉM DE LUIZ PEDRO.




Sila juntou-se a Zé Sereno provavelmente no dia 07 de novembro de 1936. Ela conta que, na véspera, fez a “arrumação da trouxa” e para comemorar o fato Zé Sereno à noite deu uma festa que terminou tarde. Zé Sereno estava com seu grupo junto com o de Luiz Pedro. Naquela noite, Sila dormiu em sua casa pela última vez.

No dia seguinte – que ela chama de “data marcada” – ela e os irmãos foram ao encontro do bando, que se encontrava embaixo de uma quixabeira perto de casa. Deixando as terras de Poço Redondo, os cangaceiros partiram em direção a Paripiranga, na Bahia. Viajavam a pé.

Eram 12 pessoas. As únicas mulheres eram Sila e Neném de Luiz Pedro.

No terceiro dia, 9 de novembro de 1936, arrancharam-se na casa de um coiteiro na Fazenda Algodãozinho, perto do povoado Mocambo, na estrada de Carira para Itabaiana. Muita comida, muita cachaça. Ao anoitecer, o vigia deu o alarme: vinha chegando sorrateiramente a Volante do Sargento DELUZ. Iniciou-se o tiroteio. Neném, cangaceira experiente, pegou a novata pelo braço e correu com ela para o curral, ao lado da casa, enquanto os homens sustentavam o contra-ataque, a fim de dar tempo para que elas fugissem.

Aparentemente a fuga seria fácil, pois os cangaceiros contavam com a escuridão da noite. Quase todos já haviam transposto a cerca de arame farpado do curral, quando ouviram um baque surdo. Gumercindo, irmão de Sila, avisou:

- Luiz Pedro, Neném tá “ferida”!

Um cangaceiro que vinha atrás corrigiu:

- Tá não, tá morta “mermo”!

Luiz Pedro, desesperado, voltou para socorrer a companheira, porém um cangaceiro derrubou-o ao chão e arrastou-o para o mato. Luiz Pedro gritava:

- “Fios” da puta! Mato tudo, um por um, raça “disgraçada”!

Os cangaceiros meteram-se na caatinga. Foram dormir nas terras da Fazenda Lagoa Comprida, de Napoleão Emídio.

Enquanto isso, no curral da Fazenda dava-se um ato de selvageria:

Os soldados serviram-se (Sexualmente) de Neném, já morta. Por fim, estimularam um cachorro a fazer o mesmo.

Na fotografia acima estão: Luiz Pedro, Neném do Ouro (Neném de Luiz Pedro) e o cachorro "Ligeiro" que pertencia à Lampião.

Fonte: Livro "Lampião - A raposa das caatingas" de José Bezerra Lima Irmão.

Transcrição: Geraldo Antônio De Souza Júnior



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