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sábado, 25 de janeiro de 2020

COISAS ENGRAÇADAS QUE A GENTE VER E NÃO FICA CALADO

Por José Mendes Pereira
A foto foi feita hoje e pertence ao meu acervo - Liberada para quem quiser usá-la em seus trabalhos.

Enquanto eu esperava pelos meus netos na Praça dos Correios centro de Mossoró vi o busto e as placas do Dr. Francisco Pinheiro de Almeida Castro pintados, e me parece que foram melados de tintas recentemente. Eles estão pintados com tinta preta que até a gente tem impressão que é São Benedito. 


Eu nunca ouvi falar que se pinta busto ou estátua em praça pública. Eles são feitos de bronze e são considerados eternos, muito embora não sejam. Existem líquidos para limpar bronze e não se deve pintar. Eles não foram pichados e sim, pintados com cuidados para que não fossem borrados. Mas é ridículo. 


Quem os pintou eu não sei. Teria sido a prefeitura que mandou fazer aquele trabalho ridículo? Eu acho que não foi. E se foi ela que mandou pintar está totalmente por fora de monumento.

Será que vão pintar de preto a de Jerônimo Dix-sept Rosado Maia?

Ou teria sido alguém na intenção de protegê-los? Se tiver sido deveria ter pedido autorização à prefeitura, porque o que é público não se deve meter a mão ou fazer algo sem autorização dos administradores municipais.

Leia o que escreveu o poeta José Edilson:


"Mossoró ao longo de sua história contou com valorosos profissionais da saúde que dedicaram grande parte de sua vida, em atender a população indistintamente. Nesse contexto, estão inseridos dois exemplos de cidadãos humanitários que não podem ser esquecidos: Francisco Pinheiro de Almeida Castro e Almir de Almeida Castro.

Francisco Pinheiro de Almeida Castro

Francisco Pinheiro de Almeida Castro nasceu em Maranguape-CE, no dia 28 de agosto de 1858. Filho do Tenente-Coronel Inácio Pinto de Almeida Castro e de Maria Pinto de Almeida Castro. Formou-se em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro em 1880. Em 1881, o Dr. Almeida Castro fixa residência em Mossoró, onde casou e viveu e faleceu, numa fidelidade domiciliar de 41 anos.

Foi possivelmente o primeiro médico a instalar seu consultório visando o melhor atendimento possível a quem o procurasse independente da condição social. Almeida Castro participou ativamente da abolição dos escravos em 1883, como Venerável da Loja Maçônica 24 de junho, de 1895 a 1900. Homem culto era Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. O Dr. Castro foi ainda diretor do jornal O Mossoroense de 1920 a 1922.

O historiador Luis da Câmara Cascudo fez um relato biográfico sobre o Dr. Almeida Castro, destacando as suas inúmeras qualidades: “Profundamente bom, generoso, apiedado de todo sofrimento, pareceu ao povo uma expressão apostólica. Tornou-se a figura central de Mossoró. Meu tio Antônio Pimenta, longos anos morador na cidade, dizia, como axioma: – Muito raro em Mossoró, não dever-se dinheiro aos Fernandes nem favor ao Dr. Castro. Almeida Castro se casou em 1895 com sua prima Francisca Veras Saldanha (1862-1909), sem descendentes. Amava profundamente a cidade, o povo, tradições, todos os elementos emocionais para o complexo da mística regional. Era o primeiro mossoroense na instintiva enunciação dos valores”.

Almeida Castro destacou-se também na política. Foi Presidente da Intendência, no período de 1890 a 1892 e deputado federal, em 1920-1922, falecendo em 22 de junho de 1922, em pleno exercício de seu mandato. Era um dos maiores líderes políticos que a região Oeste potiguar conheceu. Tinha entre seus seguidores, Jerônimo Rosado e Rafael Fernandes. Por essa razão, foi homenageado de diversas formas. È nome de maternidade, de rua e foi construída uma herma localizada na Praça Rafael Fernandes.

(*) José Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo é servidor da Prefeitura de Mossoró. Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Mestre em Geociências pela UFRN".


Enviado pelo autor: José Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo

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