Por João Filho de Paula Pessoa
No final dos anos 20, Lampião e seu bando estavam almoçando num coito pelo
Sertão Nordestino. Durante a refeição Lampião comenta que a comida está muito
ruim e enquanto a velha senhora que servia ao bando estava servindo os outros
pratos, Volta Seca, um garoto, se levanta e desfere um forte tapa na pobre
senhora, que esta cai “estatalada” no chão.
Corisco o Diabo Loiro ao ver
aquela cena, imediatamente se levanta e senta o murro na cara de Volta Seca,
que também cai “estatalado” no chão.
Lampião diante daquela situação
reclama e brada com Corisco, dizendo que o chefe ali era ele e que não permitia
que nenhum cabra seu apanhasse sem o seu consentimento.
Corisco altivamente,
retruca dizendo que se Volta Seca bater novamente naquela velha senhora ele o mata.
Lampião então diz a Corisco que se ele matar Volta Seca, ele o mataria também.
Corisco usando do bom censo e do respeito que tinha pelo capitão, diz que, se
era para ser daquela forma, preferia sair do bando e criar o seu próprio grupo.
Lampião por sua vez, sem perder sua autoridade fala à cabroeira que Corisco
está saindo do bando, e quem quiser, pode acompanhá-lo. Momento em que quatro
cabras se levantam e seguem Corisco em seu novo bando, que em verdade tornou-se
um dos primeiros sub-grupos do bando de Lampião.
O Respeito, a consideração, a
hierarquia e a amizade entre Lampião e Corisco foram mantidas incólumes até o
fim do Cangaço.
João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce., 07/02/2020.
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