Por José
Mendes Pereira
A legenda acima está equivocada porque qos que morreram neste combate foram Áurea, Cravo Roxo e Mané Moreno.
O primeiro
livro que eu li sobre cangaço foi "Lampião Além da Versão Mentiras e
Mistérios de Angico" de autoria do escritor, ex-prefeito de Poço Redondo e
pesquisador do cangaço o saudoso Alcino Alves Costa, e este, me foi indicado e
emprestado pelo bancário, pesquisador e membro da SBEC – Sociedade Brasileira
de Estudos do Cangaço Francisco das Chagas do Nascimento, natural de Porto do
Mangue, no Rio Grande do Norte, mas radicado por muitos anos em Mossoró.
Os primeiros blogs sobre este tema que me dediquei por completo foram: Cariri Cangaço do
pesquisador Manoel Severo e logo depois o Lampião Aceso do Kiko Monteiro, ambos
também indicados pelo Chagas Nascimento. Mas depois vieram outros, como o Tok
de História do historiógrafo Rostand Medeiros, seguido do blog do escritor João
de Sousa Lima, Cangaço na Bahia do professor e pesquisador do cangaço Rubens
Antonio, e o Portal do Cangaço do pesquisador e historiador Guilherme Machado,
lá da cidade de Serrinha no Estado da Bahia. Em seguida, o aparecimento em minha residência do poeta, escritor,pesquisador do cangaço e gonzaguiano Kydelmir Dantas que muito me
ajudou nas pesquisas e me doou vários livros sobre o tema, além dos trabalhos e
vídeos do cineasta e pesquisador do cangaço Aderbal Nogueira e outros. Dentre eles Dr. Paulo Gastão e José Romero Araújo Cardoso.
Ao lado do
pesquisador Antonio José de Oliveira lá da cidade de Serrinha, no Estado da
Bahia, e eu aqui no Rio Grande do Norte, findamos tomando gosto pelo tema, e
ainda hoje ele e eu continuamos pesquisando este fenômeno que é muito
importante para nós. Lógico que não temos ainda muito domínio, mas já temos
boas informações sobre ele registradas nas nossas páginas sociais e gravadas nas
nossas mentes.
Em 1937, após ter
assassinado o vaqueiro Antonio Canela nos Camarões o
cangaceiro Mané Moreno e seus marginais rumaram a Porto
da Folha. O bando faz
parada em Jaramataia para descansar e naquela localidade, trabalha um senhor
conhecido por Pedro Miguel, sendo este pai do cangaceiro Elétrico que morreu na
Grota do Angico, no Estado de Sergipe, na madrugada de 28 de julho de 1938, no
momento da chacina feita aos cangaceiros, além do rei Lampião e a sua Maria
Bonita foram mortos mais 9 cangaceiros neste ataque.
A presença do
grupo de cangaceiros em Jaramataia deixa Pedro Miguel chateado, e com urgência
resolve procurar o proprietário da "Empresa de Cangaceiros Lampiônica
Cia" o afamado e perverso capitão Lampião, e faz sua queixa contra aqueles
malfeitores, e do rei o Pedro Miguel recebe apoio, prometendo-lhe que os
cangaceiros não iriam mais atanazá-lo.
Mas mesmo
assim, o cangaceiro aparece com os seus comandados, talvez, ainda não tivesse
encontrado o capitão pelas caatingas e ser chamado a atenção para não pisar
naquela localidade. E lá, o cangaceiro Mané Moreno permanece com os seus homens
por alguns dias, e dias depois os facínoras arribaram para Porto da Volta, na
intenção de passarem a fogueira e as festividades do São João por lá.
O comandante
de volante o policial Odilon Flor se encontra na região à procura de
cangaceiros, e ao encontrar o Pedro Miguel quer saber dele sobre paradeiro dos
cangaceiros, e este já insatisfeito com a presença deles por ali, informa ao policial que Mané Moreno e sua pequena malta de cangaceiros estão
acoitados na localidade de Poço da Volta. É na fazenda Palestina que está havendo um baile de
arromba, e como o forró está muito animado, você e eu leitor, vamos dá uma
chegadinha até ao forró, pelo menos para sentirmos o roncar da sanfona.
Os bandidos
estão felizes bebendo e dançando. O cangaceiro Mané
Moreno rodopia no salão com a sua amada Áurea só no bico da bota, e os outros
se aconchegam às mulheres que não faltam no momento. A bebida tem em grande
abundância, e quem vai pagar a conta eu não sei. Apesar leitor, que você e eu estamos no forró, mas não pagaremos nada.
Odilon Flor e seus comandados vêm chegando ao forró. Ao longe
eles ouvem os gritos dos festeiros; o fole ronca e os demais instrumentos fazem
a algazarra, divertindo os dançarinos. A festa está acontecendo na base do
candeeiro e a luz avermelhada faz com que a volante descubra com facilidade o
local do forró. Lá, dançando, bebendo e farreando muito estão Mané Moreno que
se diverte bastante com sua companheira a cangaceira Áurea, e seus cangaceiros.
A noite está mais para volantes do que para cangaceiros. Os malfeitores brincam despreocupadamente, e a morte está por ali, rondando e feliz com o bom jantar que não tardará, só observando e imagina qual será a melhor maneira de ataque.
E sem muita
dificuldade a volante coloca-se em posição
de extermínio ao grupo. Escolhido o primeiro alvo que é o casal de cangaceiros
Mané Moreno e sua querida Áurea caem já sem vida. Os festeiros gritam em pânico
e correm sem direção. Todos querem sair o mais rápido possível daquele inferno.
O cangaceiro
Gorgulho mesmo tendo recebido um balaço na perna deixando-a quebrada consegue
furar o cerco dos policiais, e se salva, e aos poucos vai se arrastando,
desaparece na escuridão da noite, sem nenhuma perseguição policial contra ele.
Afinal, ninguém da volante o viu fugindo.
Terminada a
chacina ficaram mortos: Mané Moreno. Este era
primo dos cangaceiros Zé Baiano e Zé Sereno. Áurea sua esposa que era filha do
casal Zé Nicácio e dona Josefa, os quais não gostavam nem um tiquinho do Mané
Moreno, por ter carregado a filha para uma vida infernal.
A volante do
comandante Odilon Flor teve sucesso nesta empreitada. A vitória do policial Odilon Flor e seus comandados foi muito valiosa, agora
era só tomar para si os pertences dos cangaceiros Mané Moreno, Cravo Roxo e
Áurea.
Alguns
escritores afirmam que Gorgulho foi morto neste combate, mas na verdade, quem
foi assassinado naquela noite foi o cangaceiro “Cravo Roxo”, segundo nos
presenteia com esta informação tão importante, o escritor Alcino Alves Costa em
seu livro “Lampião Além da Versão Mentiras e Mistérios de Angico”.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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