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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

A PONTE E O ATERRO DE SANTANA

 Clerisvaldo B. Chagas, 14 de setembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.381


No início dos anos 50, foi construída a rodagem que passando por Santana iria até Delmiro Gouveia. A rodagem praticamente margeava à cidade e que hoje é conhecida como BR-316. Nesse trecho de Santana foi preciso um aterro ao invés de um grande viaduto. No início ficou muito feio, aquela murada enorme vista de baixo. Consolidada a obra, o outro lado do aterro que era quase desabitado, se expandiu tanto que no governo Paulo Ferreira, foi construído um pequeno viaduto que furava o aterro para o acesso mais breve às novas habitações do outro lado. Com a construção do aterro fora construída a segunda ponte sobre o riacho Camoxinga, essa mesma que a última cheia deste ano danificou. Somente agora foi liberada para o trânsito após meses interditada. Com isso, caminhões e carretas tiveram que circular pelo centro causando transtornos e reclamações pelo atraso dos reparos.

 

Anos 50. ponte sobre o Camoxinga. (Foto: Domínio Público)

Pancrácio Rocha passou a ser denominada essa via outrora marginal que hoje desafoga o trânsito de Santana do Ipanema. Mesmo assim, a tradição ainda chama o lugar de Aterro. O Aterro ficou tristemente famoso quando os cabarés foram se afastando do início da Rua Tertuliano Nepomuceno até chegar ali definitivamente. O Aterro tem uma longa página do submundo de quem quiser lembrar. Hoje a Pancrácio Rocha oferece um belo cenário capturado das partes mais altas da cidade, com asfalto e sinalizações, motivo de muitas fotos. Lá mais adiante do Aterro, também foi construída a primeira ponte do município sobre o rio Ipanema, em 1951.

Mas, perguntamos nós, cadê o novo trecho anunciado pelo DENIT que iria ser iniciado na entrada da cidade (leste) com longo ciclo até sair novamente na BR-316, muito depois da ponte sobre o Ipanema, a de 1951 (oeste)? São obras anunciadas que depois caem no esquecimento como esta, que costumam frustrar os entusiastas do progresso.  Mesmo que o projeto estivesse caminhando, mas que seus passos fossem anunciados. E verdade seja dita, é um projeto excelente que traria benefícios sem conta para o município, mas... Será realizado quando?

Enquanto isso, vamos no “feijão com arroz” com a primeira ponte sobre o rio Ipanema, na continuação do Aterro, de excelente qualidade, mas estreita e assustadora para os pedestres. Carro grande é um terror para os caminhantes na ponte da Barragem. Obras federais são complicadas.


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