Por César Cantu
Prezados (as),
A morte de Marília Mendonça consternou a nação. Eu nada sabia sobre ela e suas músicas, mas, pelo que consta, ela possuía muitas qualidades como artista e como pessoa na forma de ver o mundo. Como todos, sinto muito essa perda.
Vive-se no mundo da idolatria. As crianças nascem e crescem com os pais incentivando-as a serem destaque. Elas desejam ser ídolos como Marília, Rayssa Leal, Neymar, Pelé, Maradona, Roberto Carlos e outros contemporâneos que nem os conheço.
Apesar do perfil construtivo de um ou outro desses ídolos, não a maioria, pergunto: A idolatria é benéfica ou maléfica para a evolução civilizatória? Rayssa, a rainha do skate, levou milhões de crianças a se dedicar a esse esporte. Dedicar-se significa deixar em plano secundário ou, até, abandonar o estudo, os projetos realistas de vida, o senso profundo de sociedade. Não há como fazer tudo; o tempo é limitado. Uma ou outra, certamente, serão as Rayssas de amanhã, mas uma multidão ficará para trás, frustrada pelo insucesso meritocrático e desanimada para enfrentar o percurso rumo ao próprio norte.
Nesse sentido, Marília, com todas as suas qualidades profissionais e pessoais, deve nos levar a refletir: A idolatria é benéfica ou maléfica para a evolução da humanidade? Se uma ou outra, em que condições? Ou, simplesmente, ela é um instrumento habilmente manipulado pelos dominadores e opressores das massas?
César Cantu
São Paulo, 06.11.2021
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