Por José Mendes Pereira
Em uma ocasião quando Lampião e Volta Seca se estranharam nas caatingas, Mariano Laurindo Granja, foi um dos que pediu ao cangaceiro Volta Seca que saísse do cangaço e fosse embora, só assim acabaria aquela confusão. Lampião deixaria de tanto martirizá-lo e ele salvaria a sua vida.
Pelo o que diz o escritor, exceto a morte de Juriti, eu acho que Mariano foi o cangaceiro que mais sofreu na hora de morrer. O escritor Alcindo Alves Costa afirma em seu livro "Lampião Além da Versão, Mentiras e Mistérios de Angico", que lá no combate do Cangaleixo, onde morreram: Mariano, Pai Veio, Pavão e o coiteiro João do Pão, Mariano ficou cercado sem ter a mínima chance de fugir. Sentindo que não haveria mais condição de se salvar, ordenou aos comandados que fugissem imediatamente, e que levassem a Rosinha e não a abandonassem, pois ele queria que ela se salvasse com o filho que já não mais demoraria nascer.
Os cangaceiros não querendo ir embora, disseram que jamais o deixaria abandonado. Mas ele disse que dali em diante, só Deus saberia do seu destino. E sem obedecerem a sua ordem, o seguraram, carregam-no, e saíram o levando para tentarem salvar a sua vida. Alguns asseclas davam coberturas aos que estavam carregando o Mariano.
A volante não desistia e continuava os perseguindo, que com certeza, todos seriam mortos naquele momento. Num momento, pediu para que os asseclas parassem de carregá-lo. Deitaram-no ao chão. Ele se acomodou, puxou a arma e obrigou que todos fossem embora. Do contrário, iria atirar neles pela a falta de obediência.
Como já estava sabendo que era difícil uma recuperação, não queria que seus companheiros fossem pegos pela volante. Sem alternativa, o bando resolveu correr, o deixando entregue aos desejos dos policiais, que com certeza, iriam capturá-lo vivo ou morto.
Mesmo já muito debilitado, Mariano continuou atirando na volante. Mas depois notou que em seu bornal, já não existiam mais balas. A partir dali, ou estaria acompanhado por Deus, ou entregue ao Diabo, sujeito passar pelas malditas mãos dos policiais.
Finalmente, o amaldiçoado combate chegou ao fim. Mariano Laurindo Granja foi cruelmente assassinado pela volante do tenente Zé Rufino.
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