Clerisvaldo B. Chagas, 2 de setembro de 2022
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.760
Finalmente
conseguimos atravessar o mês de agosto sem tragédias. Apontado como um mês
perigoso, agosto prova que é apenas igual aos outros. Será? Entrando no mérito
do tempo como prevíamos o tradicional frio da primeira quinzena, agosto parece
não ter gostado da previsão dos quinze dias e prorrogou sua frieza de “matar
sapo”, esticando-a até o dia 31, onde o frio “moeu troncho” como se diz por
aqui. Na última noite do mês, embora a chuva ficasse resumida em sereno, o
termômetro acostumado na casa dos 40 graus, deu “ré para trás” como dizia o
saudoso vendedor de fumo Ataíde Fumeiro, chegando aos 19 na virada da noite
para setembro. “Quem puder se enrole, quem não puder bata o queixo” porque o
“bicho tá pegando” no Sertão de meu Deus.
Entre Sol,
tempo nublado e chuva fina, vamos mantendo a esperança para vibrar na primavera
e enfrentar o verão. Por enquanto as noites serão caracterizadas pela frieza
contrastando com os dias quando chegar a primavera porque sempre foi assim.
(amplitude térmica).
É mais um ano
sem a colheita do algodão que preenchia as gavetas do agricultor com o dinheiro
farto das festas de fim de ano. O inseto chamado bicudo acabou os algodoais, as
usinas de beneficiamento de algodão, fecharam e, o sertanejo voltou ao “assando
e comendo” do feijão, milho e mandioca. Sem uma cultura industrial fica
bastante difícil a prosperidade no campo.
Enquanto isso,
vamos olhar o rio Ipanema e em que situação se encontra. Ipanema que banha os
bairros: Barragem, Clima Bom, São José, Camoxinga e São Pedro, além do
Comércio. Encontro o caudal cansado, sem fôlego, escorrendo apenas com um
fiozinho d’água, basculhos nos arbustos retorcidos das margens e um silêncio
longo, interminável e triste pela sua calha.
Deixamos a
atração da cidade e subimos por um beco estreito onde cães e varais com roupas
a secar faziam a festa do estio intercalado. Passamos pela casa de um novo
amigo que faz um alvoroço de felicidade com a nossa presença, aprumamos na
volta de casa e nos sentamos no cotidiano do lar.
Aguardemos a
desenvoltura do mês das flores em curso e o que ele nos trará de bom.
Salve, salve!
VERDE DOS
CAMPOS: SERRA DA REMETEDEIRA AO FUNDO, PEQUENA BARRAGEM NA FOZ DO RIACHO
SALOBINHO, AFLUENTE DO IPANEMA, PLANO DO MEIO. VISTA A PARTIR DA PLATAFORMA DO
POSTO DE SAÚDE SÃO JOSÉ (FOTO: B. CHAGAS). 2/9/2022.
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2022/09/metamorfose-do-tempo-clerisvaldo-b.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário