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sábado, 6 de maio de 2023

ENTREGA DE BALAS A LAMPIÃO

Por José Mendes Pereira

O jornal de Fato (Mossoró-RN) - Revista exemplar - Edição 315/2008 “Domingo” publicou um artigo do escritor e pesquisador do cangaço o saudoso Paulo de Medeiros Gastão, que entrevistou o Durval Rosa ,irmão do coiteiro do capitão Lampião, o Pedro de Cândido.

Vamos ouvir o que disse o escritor Paulo Gastão:

"- Durval Rosa irmão de Pedro de Cândido em depoimento a mim, prestado e registrado em fita de vídeo, declara que na noite anterior (noite anterior que ele se refere é a noite que antecedeu a chacina da Grota do Angico em Porto da Folha, atualmente Poço Redondo, no Estado de Sergipe, na madrugada de 28 de julho de 1938), ele desceu a serra e foi levar um saco de balas dividido em duas porções, em cima de um jumento. “Era muito peso”, dizia o entrevistado.

Para que tantas balas? Que desejaria o capitão fazer com o material?

Existia a compra de armas e balas, porém, se quem servia de intermediário para que farto material chegasse às mãos dos bandidos?

Um militar que atuou na volante que chegou a Angico foi curto e grosso. - A polícia!”

Eu, José Mendes Pereira, que não sou nenhuma autoridade no que diz respeito a cangaço, mas que não se paga e nem é proibido opinar, não acredito que o tenente João Bezerra da Silva fazia tamanha covardia com os seus comandados, sabendo que todos eles, inclusive ele próprio, estavam na mira de cangaceiros, já que eram donos de muita munição. 

Por quê? - É muito difícil que um ser humano venda balas ou armas ao seu próprio inimigo, sabendo ele que está colocando a sua vida em risco.

Mas lembrando ao leitor que não me refiro às palavras do escritor Paulo de Medeiros Gastão, e sim, as palavras soltas de Durval Rosa, pois o escritor apenas diz o que o depoente disse. 

Não é o escritor que está confirmando a remessa de balas feita por João Bezerra da Silva ao famoso, perverso e sanguinário capitão Lampião.

O tenente João Bezerra é o da esquerda sentado.

Eu não duvido que alguns policiais desprovidos de patentes e sem um tico de responsabilidade, e que não participavam das perseguições aos bandidos, tenham feito vendas de balas a Lampião, ou mesmo a outros ligados ao capitão, pois na época do cangaço, não era necessário se apresentar documentos para tal compra, e também, quem guardava as avantajadas caixas de balas nos destacamentos policiais, isso de minha parte, sem sombra de dúvida, eram os próprios policiais, que eles mesmos poderiam negociá-las, sem que os patenteados como sargentos, tenentes e capitães soubessem o total de balas estocada.

O tenente João Bezerra - É o que está com mão sobre a coxa

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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