Por José Mendes Pereira
Aqui, não estamos desrespeitando quem escreveu este texto, e sim, o depoente que pôs as suas invencionices em evidências, na intenção de que todos que estudam cangaço, venham acreditar nas suas respostas não verdadeiras. Seguimos observando as grandes inverdades deste joven.
Há 41 anos Sanfoneiro "contou" que Lampião fez cidade dançar pelada
Zé Paraíba, nome artístico de José Salete, diz que nasceu no dia 7 de agosto de 1932 e que foi sanfoneiro de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Foi o próprio sanfoneiro quem contou a sua história, publicada no jornal "Notícias Populares" em 17 de novembro de 1977.
Lampião e seu bando costumavam se hospedar em fazendas durante suas viagens pelo sertão. O pai de Zé Paraíba, José Leite, era proprietário da fazenda Lage Vermelha, no alto sertão da Paraíba.
Lá o grupo de Lampião se hospedava frequentemente. "Meu pai, José Leite, tocava oito baixos (sanfona) na fazenda Lage Vermelha, e eu segui o seu caminho. Foi nela que o velho conheceu Lampião. O Virgulino costumava passar na fazenda do meu pai, que era uma das mais conhecidas do sertão paraibano, e ali se 'arranchava', pedia pousada constantemente."
"Com o tempo foi nascendo uma amizade entre meu pai e o rei do cangaço."
Zé Paraíba continua sua narrativa, contando a experiência de ter vivido com Lampião e seu lendário bando. Maria Bonita, Corisco, Dadá, Pilão, Gavião, Volta Seca. O bando todo se arranchava na fazenda.
INCRÍVEL!
"O depoente afirma que teve contato com Maria Bonita, Corisco, Dadá, Pilão, Gavião, Volta Seca, e o bando todo se arranchava na fazenda".
Vejam bem leitor, o sanfoneiro nasceu no dia 7 de agosto de 1932 e o cangaceiro Volta Seca foi preso neste mesmo ano de 1932, porque se desentendeu com o capitão Lampião, deixando o bando. Em uma emboscada próxima à cidade de Glória-BA Volta Seca foi preso e enviado a Salvador. Recebido por multidão, sua prisão foi noticiada por vários jornais e aí virou celebridade". - http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Aos nove anos, o músico estava tocando uma pequena sanfona na fazenda Belo Jardim, vizinha da de seu pai. Foi quando ele viu a tropa de Lampião se aproximar.
"O Zé Paraíba nasceu em 1932 e Lampião foi morto na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, no Estado de Sergipe". Então, ele estava com 9 anos, o mundo já vivia o ano de 1941". - http://blogdomendesemendes.blogspot.com
"Os cabras gostaram das músicas de forró que eu tocava e me raptaram. No começo do rapto eles me maltrataram um pouco, porque não sabiam que eu era filho de José Leite. Depois que Lampião ficou sabendo quem eu era, ele recomendou aos cabras que não me maltratassem e mandou avisar o meu pai na fazenda", disse Zé Paraíba.
"Ele afirma que teve contato com estes cangaceiros, e por que foi maltratado, se o próprio Lampião o conhecia desde quando passava na Fazenda Laje do seu pai?".
Depois que Lampião soube quem era o menino as coisas começaram a melhorar. O sanfoneiro ficou mais tranquilo e passou a tocar músicas para Maria Bonita. Os homens do bando pediam a música da mulher de Lampião. Então ele tocava "Mulher Rendeira". Todos gostavam e dançavam.
Zé Paraíba revelou porque o rei do cangaço se tornara um bandido e um contraventor das leis e da justiça:
"O Lampião me falou que nunca teve ideia de sair por aí 'cangaceando' e fazendo mal para os outros, até que viu o pai dele morrendo com 37 facadas. Ele ficou louco durante três dias e depois partiu para a vida do cangaço. Mesmo assim, ele não atacava os coitados, ele só atacava quem não gostava dele".
"Que eu sei foi que o pai de Lampião José Ferreira da Silva não foi assassinado através de arma branca, e sim, por tiros de armas, possivelmente, mosquetão ou fuzil".
O músico se lembra de um episódio que aconteceu num povoado do sertão baiano chamado "Queimados".
O bando estava arranchado em uma fazenda próxima. Lampião mandou avisar que entraria na cidade às oito horas do dia seguinte e que era para os macacos (policiais) se prepararem.
Quando ele chegou à cidade só havia seis soldados. Então a tropa tomou conta do lugar e Lampião ordenou ao povo que dançasse nu na praça. Todo mundo tirou a roupa e dançou pelado na praça. O bando todo ficava olhando e com arma apontada. Quem desrespeitasse a moça que era seu par corria o risco de ser castrado. Zé Paraíba tocou forró para o povo dançar pelado durante três horas. Depois disso Lampião mandou todo mundo se vestir e ir para casa.
"Eu discordo de muita coisa que se diz por aí. Ele não era um cabra sanguinário. Antes de atacar uma fazenda, ele mandava alguém para sondar se o fazendeiro gostava ou não dele. Se o fazendeiro falasse que não gostava, aí ele atacava. Senão ele ficava ali mesmo e não agredia ninguém."
"Ele tinha o coração bom e me salvou da morte. Logo que me raptaram, Volta Seca e mais alguns queriam me jogar pro alto e me aparar na ponta de um punhal, porque eu não sabia tocar uma música. Aí chegaram ele e Maria Bonita e não deixaram".
"Vejam bem: Mais uma vez o depoente envolve o cangaceiro Volta Seca, porque, quando ele nasceu, foi no mesmo ano que o Volta Seca foi preso.
Zé Paraíba ficou com o bando durante seis meses. Ele se lembra do que Lampião disse ao lhe devolver para seu pai:
"Zé Leite, vou lhe entregar seu filho, mas é com muita saudade que eu faço isso porque ele toca muito bem e faz tudo o que a gente pede."
O sanfoneiro afirma que este foi seu primeiro contato com a vida musical no cangaço, o que fez dele o famoso tocador de forró, com discos vendidos em todo o Nordeste.
Transcrito da Folha de São Paulo
http://lampiaoaceso.blogspot.com/2018/07/ha-41-anos.html
Adendo - blogdomendesemendes
"O pesquisador Kiko Monteiro está coberto de razão, vez que o cangaço foi extinto de uma vez no ano de 1940".
No dia 02 de fevereiro de 1940, os penúltimos cangaceiros Moreno e Durvalina abandonaram o cangaço em busca de uma vida tranquila.
E em 25 de maio de 1940, o último cangaceiro Corisco foi alvejado pela volante do tenente Zé Rufino baleou Dadá e Corisco, na fazenda Cavaco, em Brotas de Macaúbas, Bahia.
O cangaceiro Corisco, no momento do ataque pelas armas do tenente Zé Rufino, foi baleado e veio a óbito horas depois.
A Dadá, sua companheira foi ferida na perna e presa. Marcando o fim do Cangaço". - http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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