Clerisvaldo B. Chagas, 22 de maio de 2023
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.888
Já foi tema de
antigos vestibulares: “seca verde”, “quadrilátero Ferrífero”, recôncavo
baiano”, “êxodo rural” e muitos outros. E nesse momento em que a mídia fala em
seca verde em regiões de Sergipe e Alagoas, novamente voltamos a falar na
Natureza. Sábado passado foi o dia todo nublado no Sertão de
Alagoas, frieza e, aqui, acolá, sereno de chuva. O domingo amanheceu nublado,
chuveirinho e frieza, deixando a interrogação costumeira na região: Será o
começo do inverno? Os pássaros mesmo assim, amanheceram o dia cantando. Logo
cedo, aqui no perímetro urbano, a rolinha cantou forte no Bairro São José, como
sinal de caminhos abertos e dia feliz. Depois os pardais vieram para fiação da
rua enfrentaram frieza e umidade.
Mas o que é
mesmo “seca verde”? É o fenômeno em que a vegetação está completamente verde,
mas as águas das chuvas não foram suficientes para o desenvolvimento completo
da lavoura. Os produtos do campo não conseguem chegar à época da colheita. E se
chegam, nada ou quase nada se aproveita. Daí a preocupação do agricultor também
com a chuva. Vai dar para sustentar todo o ciclo das plantações? E se vai dar,
será que ainda vai sobrar água nos barreiros, nos açudes, nas lagoas... Para a
travessia pós inverno? Mesmo por essa época, já começa uma certa inquietação
pelos caminhões-pipa para abastecimento urbano e rural. E o sertão nordestino
vai vivendo na incerteza entre Deus e os homens. A diferença da seca verde para
a seca total é apenas o verde ou o cinza crestado dos vegetais. Pouca água ou
água nenhuma, não ameniza o desespero contra a fome.
Conhecimento
sobre a “seca verde” é bom... Melhor ainda são as ações preventivas e efetivas
em defesa da produção e o pecado da gula na fartura de mesa campesina.
Enquanto, isso, nessa manhã de domingo em que a crônica se veste para a segunda-feira, o sereno de chuva é constante neste dia nublado, frio e triste. A beleza, todavia, da presença divina em cada uma das facetas do tempo renova esperança, fé e crença no Senhor dos Mundos.
E se a seca é
verde, azul, cinza ou cor de rosa... Muito mais colorida é a misericórdia que
desce e que mescla todos os climas da Terra.
Já é noite e a chuvada lenta do dia inteiro, penetra pela noite.
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