Por Clerisvaldo B.
Chagas, 9 de junho de 2023
Escritor Símbolo do
Sertão Alagoano
Crônica: 2.902
Com a inflação
em queda, faz lembrar o tempo de seca no Sertão alagoano no final do século
XX. A fome estava uma coisa série no campo e nas periferias das
cidades. Mas dizem que “quando Deus tira os dentes, aumenta a goela”, chegou da
providência Divina, uma grande praga de preás nos campos que invadiam as
grandes plantações de palma forrageira. Muitas famílias, passaram a viver do
consumo de preá e a renda da sua venda. Nos mercados das cidades sertanejas
surgiram montes desses roedores fazendo com que a pobreza se fartasse dessa proteína.
Em Pernambuco os agricultores colocavam veneno para acabar a praga, em Alagoas,
o preá matava a fome do povo. Entretanto queremos falar de bicho parecido
chamado mocó.
Foto - Mocó
O mocó (Kerodon
rupestris) é um roedor que mede até 40 centímetros e que pode chegar a um
quilo. Gosta de viver em comunidade, mora e passeia em pedregulhos de porte,
aceiros e túneis de macambiras. Na Natureza pode viver entre 6 e 8 anos,
sujeito a todos os predadores, inclusive, ao homem. É encontrado em todo o
Nordeste, principalmente na caatinga até o norte de Minas Gerais. O mocó é um
herbívoro e aprecia alimentar-se de casca de árvores mofumbo, faveleira e
parreira brava, que se estiverem faltando faz o mocó procurar gramíneas. Gosta
de malocas e rachaduras rochosas, onde se sentem mais seguros, mas estão
sujeitos à onça, ao gato maracajá, ao gavião, ao carcará e à cobra. Sua pelagem
varia de um amarelo-acinzentado ao alaranjado com a parte inferior branca.
Devido ao seu
tamanho, é muito caçado pelo homem e alguns acham a sua carne mais saborosa do
que a do preá. Este se encontra com frequência, porém o mocó é mais restrito.
Podemos dizer que é um animal em extinção. Alguns pequenos proprietários
rurais, procuram protegê-lo apenas evitando à caça nos seus imóveis, feito
essas comunidades proliferam. Mas, nem todos os fazendeiros possuem essa
consciência e os mocós ficam à mercê de caçadores profissionais ou amadores.
Abater um bichinho desses, enche de satisfação o dono da espingarda, como se
tivesse feito uma ação digna de ganhar troféu. Afinal, o homem é um
exterminador voraz da flora e da fauna.
Brevemente mocó só em fotografias.
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2023/06/olha-o-moco-olha-o-moco-clerisvaldo-b.html
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