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sexta-feira, 28 de julho de 2023

CARRO VOADOR

Clerisvaldo B. Chagas, 25 de julho de 2023

Escritor Símbolo do sertão Alagoano

Crônica: 2.934

Avião tipi TECO- TECO

Quando eu era rapazinho, um cidadão de fora colocou uma casa de aluguel de bicicletas que funcionava no “prédio do meio da rua”. Ah! Isso era uma grande novidade para a juventude que não tinha acesso à compra de uma bicicleta nova e, nem sequer havia lugar de venda na cidade. Andar de bicicleta era coisa rara e quase fantástica, assim como muitos e muitos anos depois, a irmã holandesa Letícia usava esse veículo para se deslocar ao trabalho. Com o hábito de freira sem nada atrapalhar, a irmã passeava de bicicleta com a maior desenvoltura chamando atenção de todos os santanenses. Costume da Holanda posto em prática por aqui, cuja população jamais vira uma freira naquelas condições. Os hábitos da irmã surpreendiam até na hora de tomar um cafezinho sem açúcar.

Mas voltando ao aluguel das bicicletas, pouco tempo depois, o cidadão daqueles serviços deixou o “prédio do meio da rua” e mudou-se para um compartimento à Rua Coronel Lucena, defronte ao chamado Beco de seu Abdon. Era uma beleza! O preço do aluguel por uma hora era bastante razoável e cabia no bolso da meninada sequiosa por algo novo em suas diversões, além dos jogos de ximbras, pinhões, bola, gangorra, e banhos no rio Ipanema. Além do aluguel barato, o dono do negócio era muito paciente e tranquilo, coisa que transmitia segurança. Era ele mesmo quem consertava e ajustava as peças do veículo de duas rodas. Lembranças vêm de um dos dentes da corrente que penetrou no meu dedão do pé e deu um trabalho danado para sair.

Diante do anúncio nacional em que a Embraer via iniciar sua fabricação de carro voador, em São Paulo, fizemos uma comparação dos anos 60, no caso dos veículos. E lá atrás cada carro diferente comprado por alguém da cidade, era notado de pronto nessa urbe cujo tempo passava devagar. O carro de boi continuava em evidência, o cavalo esquipador, o carro lustroso de praça, ou a sopa que fazia o trajeto interior – capital. Até mesmo o famigerado “Zepelim” – balão dirigível em forma de charuto – foi sucesso absoluto por aqui. Tudo isso sem contar com a correria de adultos e adolescentes para contemplarem de perto os aviões tipos teco-teco que aterrissavam no campo de aviação a 3 km do centro da cidade. Será que a EMBRAER vai colocar em Santana do Ipanema, uma CASA DE ALUGUEL DE CARRO VOADOR?


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