Por Capitão Alfredo Bonessi
Amigo José Mendes:
Abaixo envio- te um vídeo sobre
Lampião, muito interessante, onde o cronista Tiago Pavinato mostra como
vê o Cangaceiro Lampião sob outro prisma, diferente do que já foi escrito
sobre ele.
Alguns escritores trataram o Cangaço sob o aspecto histórico do fenômeno;
outros abordaram a figura magistral de Lampião; outros pesquisadores preferiram
enaltecer as volantes e seus abnegados policiais.
Os estudos sobre o tema cangaço - regionalismo - nordeste é fascinante, e muito
rico em imaginação e belezas naturais, e com histórias religiosas que beiram a
um fanatismo fervoroso e sanguinário.
Creio que o Tiago Pavinato acendeu uma nova luz sobre os estudos de Lampião,
quando esse é resumidamente tratado, o que concordamos, como um herói sem
bandeira, sem causa, um existir sem ninguém saber o porquê, sem uma razão, sem
haver um motivo, uma finalidade.
Nessa altura concordo com o nobre escritor e pesquisador pernambucano o meu
amigo Frederico Pernambucano de Melo - do qual sou também admirador - quando
ele afirma que o cangaço de Lampião era “ como meio de vida “ - não por
vingança, nem por justiça, essas duas outras formas de atuação dos grupos.
Discordo do Tiago Pavinato quando ele se refere a Maria, Maria do capitão,
Maria bonita - Maria de Déia, e para mim comadre Maria.
Ele foi duro com relação a ela, taxando-a de bandida, feia, de atitude
irrelevante no grupo.
Acho também que o volante Joaquim Góis em seu livro Lampião o último cangaceiro
também foi muito rude com a Maria, ofuscando muito a sua beleza natural.
Como idealizador - criador e fundador do GEC- Grupo de Estudos do Cangaço do
Ceará aproveito esse momento Histórico para anunciar a todos e a todas
correspondentes desse importante Blog que esse grupo de estudos foi fundado
para enaltecer a mulher brasileira, principalmente a mulher nordestina da qual
sou um admirador perpétuo, na pessoa de Maria Bonita, a qual na ocasião da
fundação do grupo, fora colocada em um pedestal nobre, ao nível de outras
heroínas brasileiras, como Bárbara de Alencar, Jovita Feitosa, Ana Neri, e
muitas outras aos milhares, que ao longo da História do Brasil escreveram
suas páginas de honra, de glória, exemplar, com dignidade na vida e na morte.
Como afiliado da cangaceira Cila, sinto- me honrado em ser acolhido no seio do
cangaço, como macaco - lógico - e sob as bençãos dessa madrinha querida que
muitas saudades no deixou. Prefiro ver o cangaço festivo, alegre, das carnes
assadas nas trempes, nos arrasta pés, do suor, dos perfumes almiscarados, das
alegrias inocentes, do ronco dos foles, até “pegar o sol com a mão”.
Meu irmão Mendes veja e publique tudo - porque a saudade do sertão e dos amigos
e amigos está fazendo doer o meu cansado coração.
Abraço forte
Saúde
Recomendações
Capitão Alfredo Bonessi - o afiliado macaco da Sila
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