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terça-feira, 2 de abril de 2024

SERÁ?

 Arquivo Jaozin Jaaozinn

𝐴𝑀𝐼𝐺𝑂𝑆,

Certamente, a imagem presente nessa publicação, talvez seja inédita nas fotografias referentes ao tema cangaço.

Este, registrado e compartilhado no O Jornal/RJ, do ano de 1932, é nada mais e nada menos que o coiteiro Zé Borrego, algoz do cangaceiro Açúcar (ou Assucar).

Com o auxílio da reportagem deste jornal e com a publicação do Sr. João Costa, presente no Blog do Mendes, pude comparar os fatos presentes e apontar que este senhor seja o matador do cangaceiro Tiburtino.

Entretanto, é melhor relembrarmos, de forma resumida, como foi esse episódio que este bandoleiro estava presente. Em 30 de novembro de 1932, na Fazenda Burdão, próximo de Jeremoabo/BA, travou-se um feroz combate da força do Tenente Santinho (com a presença do Cabo Odilon Flor) contra o subgrupo do cangaceiro Moderno.

Segundo a história, o grupo liderado por Virgínio tinha acabado de assaltar algumas fazendas próximas das regiões de Jeremoabo, e depois vieram a descansar debaixo de um umbuzeiro. A volante comandada por Ladislau (o Tenente Santinho), com o auxílio do rastejador da tropa, acabam por encontrar o local que o bando estava acampado, e resolveram preparar uma tocaia, porém, foram descobertos, onde desencadeou um forte tiroteio.

Quase todos do grupo de Moderno conseguiram sair ilesos, tirando Tiburtino Vieira Feitosa – pertencente à tribo Pankararé –, onde é alvejado por diversas vezes, mas consegue fugir ainda com vida do tiroteio. Santinho acaba por colocar a sua tropa para vasculhar toda a mata na procura do facínora.

Açúcar seguiu até a casa do coiteiro Zé Borrego, onde pediu para que o ajudasse a cuidar das feridas, indicando até mesmo quais produtos medicinais deveriam ser aplicados. Depois do procedimento, o cangaceiro adormeceu; e foi nessa hora que Borrego o mata.

𝑀𝐴𝑆 𝑃𝑂𝑅 𝑄𝑈𝐸̂?

Antes mesmo do combate, Santinho passa com sua força na casa deste fazendeiro (talvez por já pressentir que ajudava Lampião e outros) onde maltrata a sua família e o ameaça de morte, ainda dando um aviso de que "qualquer coisa que voar, rastejar ou andar pela sua propriedade deverá ser informado a mim”.

Aproveitando da boa hora de sua grande visita, além de ser "perdoado" de suas ligações com cangaceiros, Zé Borrego acaba matando e cortando a cabeça do bandido, e fora ao encontro de Santinho, entregando a prova de sua feitoria, onde, depois desta, sua família foge da fazenda enquanto Zé segue como um "contratado" da força volante de Ladislau, conseguindo assim fugir da cadeia.

Já com essa foto, podemos adicioná-la com as outras duas raras da cabeça do malfeitor, completando ainda mais a história por trás de sua morte.

Não sabemos por qual motivo, mas a força militar alegava que Assucar foi abatido em forte confronto, enquanto os jornais sustentavam a informação de que fora Zé Borrego o seu matador.

𝑭𝑶𝑵𝑻𝑬𝑺: 𝑶 𝑱𝒐𝒓𝒏𝒂𝒍/𝑹𝑱 - 1932; 𝑱𝒐𝒂̃𝒐 𝑪𝒐𝒔𝒕𝒂; 𝑩𝒍𝒐𝒈 𝒅𝒐 𝑴𝒆𝒏𝒅𝒆𝒔; 𝑳𝒊𝒗𝒓𝒐 𝑭𝒐𝒓𝒄̧𝒂𝒔 𝑽𝒐𝒍𝒂𝒏𝒕𝒆𝒔 - 𝑩𝒊𝒔𝒎𝒂𝒓𝒄𝒌 𝑴𝒂𝒓𝒕𝒊𝒏𝒔.

.𝐂𝐀𝐍𝐆𝐀𝐂̧𝐎 𝐁𝐑𝐀𝐒𝐈𝐋𝐄𝐈𝐑𝐎.

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