Clerisvaldo B. Chagas, 3 de maio de 2024
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3. 039
Não há dúvidas
em que a maior atração da cidade de Jaramataia é o seu enorme açude. Aliás, o
açude de Jaramataia é considerado o maior do Sertão Alagoano e se estende da
cidade ao povoado São Pedro em cerca de cinco quilômetros. Foi construído pelo
DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra a Seca – na década de 60. Esse
cartão postal do povo jaramataiense, é formado pelo riacho do Sertão, afluente
do famoso rio Traipu que é um dos grandes afluentes do rio São Francisco. Vale
salientar que a cidade de Jaramataia é a porta de saída do sertão para quem vai
para Arapiraca e a primeira retornando ao semiárido O açude foi construído para
minorar os períodos de seca com abastecimento para humanos e animais daquela
região.
Apesar do
tempo construído, o açude continua prestando relevantes serviços à população da
cidade e do seu entorno com irrigação, como bebedouro e lugar de criação de
peixes, que até já possui uma colônia de pescadores. Ali se pesca corvina,
piaba, xira, piau e tilápia, proteína animal que auxilia no cardápio cotidiano.
A cidade também lucra nas visitas turísticas que procuram o açude como atração
sertaneja. Afinal, são mais de 19 milhões de metros cúbicos de água. Mas têm
razão as autoridades em inspecionar as condições de manutenção e segurança da
obra seguindo o ditado do povo: “É melhor prevenir do que remediar”. Bastam as
tragédias em reservatório de água que pipocam por esse Brasil inteiro,
sobressaindo obras de mineração em Minas Gerias.
Enquanto isso, o Açude do Bode, formado pelo riacho do Bode em Santana do Ipanema, continua praticamente sem serventia. Também foi construído pelo DNOCS na década de 50 e nunca tivemos uma notícia de associação de pescadores, de limpeza, de manutenção. Apesar de ser um agradabilíssimo ponto turístico, é como se não existisse. Não é extenso como o de Jaramataia, indo em torno de 1 quilômetro. A última vez que estivemos por ali, a grama do paredão que evita as erosões, era quase uma floresta que deu trabalho encontrarmos alguma brecha para uma foto do espelho d’água. Após a construção pelo DNOCS, ali foram colocados alevinos do cará-zebu, mas hoje nem sabemos de nada, porque nem sequer notícias você tem do açude do Bode. Afastado da cidade em torno de 2 Km, o citado açude está ameaçado pela expansão do Bairro Lagoa do Junco. Dizem que “C. de bêbedo não tem dono.
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