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terça-feira, 30 de julho de 2024

MONUMENTO

 Clerisvaldo B. Chagas, 30 de julho de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3. 079

IGREJINHA/MONUMENTO EM SANTANA DO IPANEMA, 2013. (FOTO: B. CHAGAS/ LIVRO 320, ICONOGRÁFICO AOS 230 ANOS DE SANTANA DO IPANEMA).

Felizmente o quarteto arquitetônico do Bairro Monumento continua sendo preservado em Santana do Ipanema. Nesse contexto avulta-se a Igrejinha defronte ao antigo Ginásio Santana erguida para marcar o início do Século XX. Foi construída pelo saudoso padre, ex-prefeito, ex-governador em exercício, Capitulino de Carvalho. Como era um marco de século em forma de igrejinha, foi também dedicado à nossa Senhora Assunção e que ainda não tinha a sua imagem para entronizar na igreja. Foi inaugurada com a imagem de Nossa Senhora de Fátima, provisoriamente, até a chegada da titular. Tempos depois chegou a imagem de Nossa Senhora Assunção, vinda de Portugal através de navio, foi de Maceió a Viçosa, de trem e veio para Santana em lombo de jegue ou de burro, devidamente encaixotada.

Na época, no local só havia mato, pois, a saída para Maceió era pela Maniçoba. Em 1938, a igrejinha/monumento ficou famosa no mundo inteiro por ter sido lugar de exposição das cabeças de onze cangaceiros trucidados na fazenda Angicos, em Sergipe, inclusive Lampião e Maria Bonita. Repórteres do Brasil inteiro vieram dar cobertura ao evento. Na ocasião, houve muitos discursos, Bebidas, farras, desfiles, feriados e bandas de músicas nas ruas. Não encontramos registro de data oficial de Bairro Monumento, entretanto, quando o casario tardio subiu a ladeira principal naquela direção, o povo passou a chamar aquela região de Bairro Monumento, devido a igrejinha/monumento.

A histórica igrejinha, portanto, é a primeira relíquia dos anais do município, no bairro, ainda hoje intacta, pomposa, singular e poderosa “Rainha do Bairro Monumento”. Mais antigo de que ela, seria somente o cemitério que fora construído perto do final do Século XIX, porém demolido na década de 40. Ficava a cerca de 200 metros do lugar onde foi construída a igrejinha. Apesar da imagem ter percorrido o mundo, em 1938, ficou quieta e esquecida. Não sabemos de nenhum arquiteto, de nenhum estudioso e nem de nenhuma jornalista de gabarito desses tempos modernos que tenha projetado a histórica igrejinha de Nossa Senhora da Assunção para conhecimento de todo o nosso Brasil.

Salve o belo! Salve a criatividade feliz!



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