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segunda-feira, 26 de agosto de 2024

O CANGAÇO EM SANTA INÊS - PB.

A morte do cangaceiro azulão.

Na década de 1920 o cangaceirismo assolava os Estados nordestinos. na época a Paraíba vivia em constantes combates contra o cangaceiro Virgulino ferreira (Lampião),o rei dos cangaceiros que dizia livremente que a culpa daquele estado de coisas era do coronel José Pereira Lima (Zé Pereira de princesa). Segundo o Cangaceiro, Zé Pereira avia o traído e o roubando uma grande quantia de dinheiro. Para piorar a situação para o lado de Lampião as volantes paraibanas aumentaram o nível das perseguições. Mesmo assim alguns lugares como Patos de irerê na Paraíba era coito seguro de Lampião.

Desde 1924 quando Lampião foi baleado na lagoa do Vieira no vizinho Estado do Pernambuco, o trânsito do cangaceiro só aumentou na Paraíba e Santa Inês virou rota do banditismo rural. Nesta época um bando de cangaceiros liderados por azulão vivia fazendo coalizões com o bando de Lampião. Azulão era um homem perverso e tudo indica que ele era paraibano. Seu bando variável de 5 a 10 homens e suas atuações eram basicamente nos mesmos lugares. Devido à brutalidade de azulão e a falta de insubordinação aliada a um desejo sádico te possuir mulheres, Lampião decidiu expulsar do seu bando. Azulão tinha fama de praticar estupros junto com o seu bando e de alguma maneira Lampião não aprovava as atitudes dele e esse foi o motivo da separação. Na realidade Lampião detestava azulão, porque o cabra era desprezível até mesmo para outros cangaceiros. Vira e mexe ele mandava recado para pais de família dizendo que ia carregar as filhas que estivesse em sua casa, ele dizia e fazia e por isso ele era temido. A ira de Lampião só aumentava contra azulão que além de praticar estupros dizia ele que era cabra de Lampião e a culpa sempre caia nas costas do rei do cangaço.

Em Conceição na Paraíba o cangaceiro azulão e seu bando poserem suas garras numa pobre moça,a família que na época tinha posses ficou bastante desmoralizada. Zé Pereira foi cobrado e com o apoio do governo do Estado intensificou as ações das forças volantes na região, porém depois do acontecido em Conceição, Santa Inês foi palco de uma terrível visita do azulão e seu bando onde também praticou estupros. O terror estava solto. Um dia azulão avisou que iria carregar três filhas do senhor chamado José Nunes. O coitado do trabalhador rural acuado e sem ter o que fazer mandou avisar a volante comandada pelo Tenente Raimundo Quintino em Conceição na Paraíba, que o bando de azulão estava em suas terras pronto para atacá-lo e ele precisava de uma rápida ajuda.

Em meados de 1927 a volante de Raimundo Quintino sofrendo forte pressão do coronel José Pereira que exigia resultados satisfatórios estacionou próximo a fazenda de José Nunes na Serra Pintada que na época pertencia a Conceição mas que hoje pertence a cidade de Santa Inês. Raimundo Quintino era muito Valente e esperto, sua força volante era composta por parentes incluindo um filho.ele soube que próximo a fazenda do pobre trabalhador havia um caldeirão com água e ele decidiu fazer ali uma espera,(Uma tocaia). Foi uma ideia de gênio pois não demorou muitos dias e logo o bando de azulão se aproximou do caldeirão na serra pintada. O cangaceiro mor, gostava de andar no meio da fila Indiana formada pelo bando, mas quando chegou no caldeirão o cabra se antecipou e foi pular uma cerca de faxina. Não deu tempo nem botar os pés no chão e logo o fuzil cantou. Azulão foi varado de bala e ficou igual uma peneira, o resto do bando se escondeu próximo a um embuzeiro e abriu fogo contra volante onde Raimundo Quintino foi baleado no pé. O tiroteio não demorou muito e logo os cabras sumiram no meio da caatinga. Azulão foi pego e amarrado em um jumento e levado para a cidade de Conceição onde foi jogado numa calçada. No mesmo dia esta foto abaixo foi tirada mas azulão não saiu na fotografia porque Raimundo Quitino não queria que sua imagem fosse associada a um cangaceiro daquele nível. Note que na foto abaixo, Raimundo Quintino o primeiro da esquerda para a direita está com o pé enfaixado. E foi assim que uma onça terrível chamada azulão foi tirada do pasto em Santa Inês-PB.

Agradecimentos:

Professor José Fabio Nicolal.

Damião Holanda de Lacerda.

Pesquisa de José Francisco Gomes de Lima.

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