Clerisvaldo B. Chagas, 13 de setembro de 2024
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.107
Em Santana do
Ipanema, o prefeito Joaquim Ferreira, construiu com o governo estadual o Grupo
Escolar Padre Francisco Correia e também a estrutura física para um hospital.
Usou bastante mão-de-obra- indígena dos Carnijós de Águas Belas. Entretanto, o
enorme prédio para hospital, ficou ocioso por falta de pessoal e equipamento.
Mais tarde o prédio ocioso foi ocupado por um batalhão de polícia formado para
combater o cangaceirismo no Nordeste. Quando o batalhão foi embora o prédio
ficou novamente ocioso. Então, passou a ser usado para abrigar uma unidade
escolar da Rede Cenecista em Alagoas. Foi, então, fundado o Ginásio Santana que
foi inaugurado em 1950. Com seus idealizadores à frente: Padre Bulhões, coronel
Lucena, padre Teófanes e outros mais o estabelecimento de Ensino passou a
funcionar da quinta a oitava série.
O Ginásio
Santana funcionava devido pagamento e, seus professores eram pessoas que se
destacavam na sociedade pelo seu saber, gratuitamente ou com pequenas gratificações.
Era um bancário, um contador, um padre, um comerciante, um médico e assim por
diante, tudo a título de colaboração. Das décadas de 60-70, lembramos como
alunos de algumas características de alguns professores: O professor de
História Conrado Lima, nunca deixava de falar em Rocha Pombo; o professor de
História e Matemática, Ernande Brandão, era “E assim sucessivamente... “, “a
ordem dos fatores não altera o produto”; a professora de Desenho dona Déa,
quando se dizia que não estava entendendo: “Tenho tanta pena do senhor...”:
José Pinto Araújo, professor de Geografia: “A Ponta Seixas, no cabo Branco na
Paraíba”; Genival Copinho, professor de Matemática: “O crivo de Erastóstenes”;
A professora de Francês, Maria Eunice: “biquinho: oui, Mademoiselle”; padre
Luiz Cirilo, professor de Latim: “Puela, puela, puela...; Neco
professor de Matemática: Cai fora, deputado!; Doutor Jório,
professor de Ciência: “Quantos corações nós temos? – Dois, doutor Jório, um meu
outro do senhor; Alberto Agra, professor de Geografia: “O sujeito só quer seus
direitos, compreendeu? Esquece dos seus deveres”; Branco, professor de Inglês:
“Nos Estados Unidos é assim, na Inglaterra é assim”.
O silêncio medroso acontecia nas aulas de Dr. Jório, dona Isinha, Seu Alberto.
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