Por Hélio Xaxá
De longe, olho o aeroporto
E fico quase morto
De saudades da terra-natal...
Mossoró, minha pequena
Cidade de pele morena
Rainha do petróleo e do sal...
A paisagem à beira-rio
Os bares de braços macios
Cervejas coroadas pelo arrebol.
Alvorada alegre de passarinhos
Sorrisos brilhando nos rostinhos
Da Menina dos Olhos do Sol.
Seu abraço de rio quente...
As praças cheias de gente
Pintam um quadro de poesia.
Pomar de frutas gostosas
Fontes de águas miraculosas
Espaço reservado à fantasia...
Peixes, verduras: a comida.
Uma suave carícia da vida
Que a Natureza dá à sua filha...
Por que o Oceano vem e beija
Por ser rodeada de beleza
Mossoró é uma belíssima ilha.
Com quatro torres de bondade
Foi a primeira a dar liberdade
Aos filhos negros do meu Brasil...
Quanta coragem tem essa pequena
E assim, reconta-se a lenda
Lampião correu a mais de mil...
Pedaço de meu coração juvenil
Todo o meu mundo infantil
Meu desejo é voltar a viver lá um dia...
À enfileirar a procissão submissa
Para assistir de novo às missas
Os sonhos das festas de Santa Luzia.
Não existe porto sem tristeza
E sem felicidade com certeza
Qualquer coisa me faz pensar:
Ali o contraste se espelha
Dor que parte, alegria que chega
Num eterno vai e vem de mar...
Fecho os olhos num esforço
E até parece que já ouço
O canto do sabiá ou do rouxinol...
Cidade sedução de sereia
Sou menino descalço na areia
Da Menina dos Olhos do Sol.
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