Por Rubens Antonio
Nascido em 1865, o coronel Aristides Simões de Freitas tornou-se a figura exponencial de Itiúba, em termos de vida política, nas décadas de 1910 e 1920. Configurava-se como o grande representante representante local do governo estadual.
O governador da Bahia Goes Calmon visitando Itiúba, ciceroneado pelo coronel Aristides Simões.
Com o início da campanha contra o Cangaço, tornou-se, na sua região, uma das principais referências de confronto aos cangaceiros.
Com o início da campanha contra o Cangaço, tornou-se, na sua região, uma das principais referências de confronto aos cangaceiros.
O segundo de pé, da esquerda para a direita, o Secretário de Segurança da Bahia, Madureira de Pinho, em visita a Itiúba, ciceroneado pelo coronel Aristides, que aparece na fileira de trás, no centro.
Nos anos de 1929, 1931 e 1932, comandou a preparação de Itiúba, Bahia, para o confronto com o bando de Lampeão.
Nos anos de 1929, 1931 e 1932, comandou a preparação de Itiúba, Bahia, para o confronto com o bando de Lampeão.
Isto após receber o bilhete enviado pelo cangaceiro através do vaqueiro "Zézinho, do Licuri Torto", exigindo que enviasse uma soma vultosa. Ao mesmo pediu que fosse responder a Lampeão fosse buscar o dinheiro. Coisa que Zézinho, sangrando de saúde, recusou-se a fazer, caindo no mundo.
Aspecto de Itiúba, quando do assédio pelos cangaceiros.
Ato contínuo, o coronel Aristides armou cerca de sessenta jagunços e os posicionou nos três sítio entendidos como entradas da cidade. Traçou a estratégia de uma primeira pseudo-resistência ao bando, com fuga dos defensores do sítio. Nesta, o próximo passo seria uma fechada da entrada por onde teriam já passado, numa estratégia de cerco do bando dentro da cidade, que estava preparada para tal.
Ficou na memória da cidade a coordenação firme que a sua figura, com seu 1,9 metro de altura, exerceu.
Ficou na memória da cidade a coordenação firme que a sua figura, com seu 1,9 metro de altura, exerceu.
Coronel Aristides
Alguns indicam que a sua própria residência, além de outras da cidade, foram preparadas para a luta contra os cangaceiros. Daí, na parte inferior vêem-se as denominadas “torneiras”, que seriam aberturas para a passagem do cano das armas, caso tivesse que se entrincheirar neste último ponto.
Robério Pinto de Azeredo, que viveu a época do cangaço em Itiúba e a estudou após esta, contesta essa visão deste uso, ao menos nesta cidade. Para ele os orifícios inferiores, no caso, seriam meros artifícios arquitetônicos de circulação de ar.
Robério Pinto de Azeredo, que viveu a época do cangaço em Itiúba e a estudou após esta, contesta essa visão deste uso, ao menos nesta cidade. Para ele os orifícios inferiores, no caso, seriam meros artifícios arquitetônicos de circulação de ar.
No alto da sua residência aparecem as suas iniciais “ASF”. Ao lado da mesma, na cor amarelo, aparece o antigo Itiúba Plaza Hotel, propriedade atualmente comprada pela Prefeitura Municipal. Na verdade, trata-se de outra residência referencial, pois pertenceu, nos tempos do cangaço, a Berlarmino Pinto de Azerêdo, que, com a influência e apoio de Aristides, tornou-se o primeiro prefeito de Itiúba, quando da sua emancipação, em 1935.
Residências, à direita do coronel Aristides, à esquerda, de Belarmino Pinto
Nos anos 1930, coordenou o processo de transferência do seu poder para a liderança de Belarmino Pinto de Azerêdo.
O coronel Aristides veio a falecer, em 1948, em Salvador, sendo enterrado no cemitério da Quinta dos Lázaros.
O coronel Aristides veio a falecer, em 1948, em Salvador, sendo enterrado no cemitério da Quinta dos Lázaros.
Três anos após, sua nora cuidou do translado dos seus restos para Itiúba, sendo inumado no mausoléu familiar.
Sepultura familiar - O nicho do coronel Aristides é o mais alto, ,o topo. - Itiúba - Bahia
Carneira do coronel Aritides
Vavá Simões - neto do coronel Aristides, em 2011.
Os estudos desenvolvidos peço autor deste blog, com o acordo do estudioso Robério Pinto, indicam que as passagens de 1929 e 1931, efetivamente, foram do bando comandado por Lampeão. Já a passagem de 1932 foi por um sub-grupo comandado por Corisco.
Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço:
Rubens Antonio
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