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quinta-feira, 12 de abril de 2012

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A formação que Lampião teve em casa valeu muito para a sua atuação no cangaço. Com uma tropa de burros, sua família fazia frete de mercadorias. 

Virgulino aprendeu bastante sobre caminhos e viagens longas no trabalho com o pai. Além disso, conheceu muita gente do sertão. E tantos contatos acabariam sendo preciosos mais tarde. A rede de apoio que ele tinha era fantástica, embora não fosse formada só de amigos. 

O historiador cearense Abelardo Montenegro definiu três tipos de coiteiros, como eram chamados aqueles que davam proteção ao bandido: o involuntário, que tinha medo, o vingador, que queria usar os seus serviços, e o comerciante, que visava lucro.

De acordo com o cearense Vera Rocha, para a polícia havia só dois tipos: os ricos, que queriam proteger suas propriedades, o que era considerado compreensível, e os pobres, que o admiravam, o que era inadmissível. Na verdade, ninguém tinha coragem de negar ajuda ao cangaceiro. E todo mundo também morria de medo da polícia.

Em 1932, quando a repressão acirrou, as volantes, tropas andarilhas, transformaram-se num terror."Quem tivesse 16, 17 ou 18 anos tinha que se alistar no cangaço ou na volante, senão ficava à mercê dos dois", costuma dizer Criança, ex-cangaceiro que mora (morava) no litoral paulista.

Os coronéis não tinham esse problema. Lampião chegou a ser amigo do capitão Eronides Carvalho, médico do Exército que se tornaria governador de Sergipe em 1934. O próprio confessou, anos depois, ter arranjado, mais de uma vez, munição para o bando.

Extraído da Revista:
Super Interessante
Ano: 11
Nº. 6
Junho de 1997

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