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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Benjamin Abrahão Botto

 
Benjamin Abrahão Botto nasceu no ano de 1890, em Zahlé, Líbano e foi assassinado durante o Estado Novo, no dia 10 de maio de 1938, em  Serra Talhada. Como fotógrafo, foi  responsável pelo registro iconográfico do cangaço e de seu maior líder, Virgulino Ferreira da Silva – o Lampião.
 Migrou para o Brasil em 1915, a fim de fugir à convocação obrigatória pelo Império Otomano de lutar durante a Primeira Guerra Mundial, Foi comerciante (mascate) de tecidos e miudezas, além de produtos típicos nordestinos.
Deu início ao comércio, primeiro em Recife, depois foi para Juazeiro do Norte, levando consigo,  dois burros, ambos de nomes:  Assanhado e Buril, e além destes, um cavalo nomeado  Sultão. Sua decisão de negociar em Juazeiro, foi pela grande freqüência de romeiros que lá visitavam o Padre Cícero, que era o maior religioso na época.
No Juazeiro, Abrahão cegou a ser  secretário do Padre Cícero, e conheceu o cangaceiro Lampião em 1926, quando este foi até a cidade religiosa, a fim de receber a bênção do célebre vigário e a patente de capitão, para auxiliar na perseguição da Coluna Prestes. Uma vez que não se encontrou com Lampião em 1924, quando de outra de sua visita à cidade, apesar de lá se encontrar.
A nomeação fora feita, a mando do padre, pelo funcionário federal Pedro de Albuquerque Uchoa, segundo uma autorização dada ao deputado Floro Bartolomeu pelo próprio presidente Artur Bernardes - ordem que em nada adiantou, pois não foi respeitada nos demais Estados, resultando que Lampião e seu bando jamais efetuaram perseguição a Prestes. Em 1929 Abrahão fotografou o líder cangaceiro ao lado do padre.
Após a morte de Padre Cícero, Abrahão solicitou e obteve do "Rei do Cangaço" a permissão para acompanhar o bando na caatinga e realizar as imagens que o imortalizaram.
Para tanto teve a parceria do cearense Ademar Bezerra de Albuquerque, dono da ABAFILM que, além de emprestar os equipamentos, ensinou o fotógrafo seu uso. Por ao menos duas ocasiões esteve junto ao bando de Lampião, realizando seu mister.
Abrahão teve seus trabalhos apreendidos pela ditadura de Getúlio Vargas, que nele viu um antagonista do regime. Guardada pela família de libaneses Elihimas, em Pernambuco, a película foi analisada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), um órgão de censura.
Morreu esfaqueado (quarenta e duas facadas, sem que o crime jamais viesse a ser esclarecido, tanto na autoria como na motivação, donde se especula ter sido mais uma das mortes arquitetadas pelo sistema, como outras ocorridas em situação análoga, a exemplo de Horácio de Matos (embora exista a versão de que o fotógrafo sírio-libanês teria sido alvo de roubo, por algum ladrão, apesar de com este nada de valor haver.
Parte do todo extraído:

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