Por: José Mendes Pereira
Uma mocinha com pouco mais de 16 anos. Moreno claro, de olhos negros, cabelos longos e pretos, como a asa da graúna. Era uma verdadeira "Iracema". Ninguém resistia o seu olhar atraente, já imaginava coisas imorais. Além do mais, tinha umas lindas coxas. Coisa de menina bonita. Nem parecia ser filha de um homem feioso, magro, cabeça de coco, poucos dentes naturais, e alguns havia adquirido no protético prático do bairro. Totalmente desajeitado, como era o seu pai, o Elesbão.
Certo dia chegara do Rio de Janeiro um militar, o João Prado, todo enfiado num uniforme do exército brasileiro. Era cearense da gema, mas desde menino que viera para Mossoró, em companhia dos pais. Aqui cresceu, e daqui foi servir o exército no Rio de Janeiro. Ao ver a linda mocinha, que não havia presenciado a rápida mudança em seu corpo, a desejou de corpo e alma.
Os pais do João Prado eram vizinhos dos pais da Maria dos Anjos, mas as amizades entre eles eram restritas, apenas algumas vezes faziam reuniões nas calçadas.
Nesse dia, o João Prado chegou a prosear com a mãe da Maria dos Anjos, a Isabel, sobre a beleza da sua filha, chegando a mandar-lhe um recado , que fosse se arrumando que iria levá-la para Copacabana.
Nos anos setenta, uma das boates mais faladas em Mossoró, era o Cassino "Copacabana", no bairro Bom Jardim, situada nas imediações do Alto do Louvor, lugar reservado para a prostituição de mulheres.
Assim que dona Isabel chegou em casa, participou a Elesbão, a brincadeira que o João Prado dissera com sua filha, que fosse se arrumando, que iria levá-la para "Copacabana", e lá, ambos, iriam viver um belo romance.
Elesbão ao ouvir a brincadeira do João Prado, contada pela sua esposa, a Isabel, não disse nada, ficou calado, apenas ficou tentando engolir o ódio que atravessava em sua garganta, sobre o desrespeito do João Prado, com a sua filha, a Maria dos Anjos. Ficou a imaginar que aquele sujeito metido a galã estava pensando que iria passar a perna sobre sua filha. Ele estava totalmente enganado. Sim Senhor! Aquela filha era criada com carinho, filha única e nada lhe faltava. Era pobre, mas filha de um senhor honrado e trabalhador.
Quantas vezes saíra ao clarear do dia para o seu sofrido emprego, lá na fábrica de óleo do Aderaldo, só para dar a sua filha o que ele não tivera quando em companhia do seu velho pai. Aquele sujeito só porque estava de uniforme do exército brasileiro, agora se sentia como se fosse um galã de cinema, o Juliano Gema, o Antonio Sthefane, o Marcos Damon... Enganara-se por completo. Sua amada filha tinha um pai para protegê-la.
Ao anoitecer, Elesbão foi até à quitanda do Valentim, também próxima ao Alto do Louvor; tomou umas quatro ou dez cachaças, não sei, e já meio tonto, foi em casa. Pegou uma faca, mais um pedaço de mangueira grossa, enviou-os na cintura e foi ao encontro do João Prado, que no momento palestrava em uma das casas amigas.
Certo dia chegara do Rio de Janeiro um militar, o João Prado, todo enfiado num uniforme do exército brasileiro. Era cearense da gema, mas desde menino que viera para Mossoró, em companhia dos pais. Aqui cresceu, e daqui foi servir o exército no Rio de Janeiro. Ao ver a linda mocinha, que não havia presenciado a rápida mudança em seu corpo, a desejou de corpo e alma.
Os pais do João Prado eram vizinhos dos pais da Maria dos Anjos, mas as amizades entre eles eram restritas, apenas algumas vezes faziam reuniões nas calçadas.
Nesse dia, o João Prado chegou a prosear com a mãe da Maria dos Anjos, a Isabel, sobre a beleza da sua filha, chegando a mandar-lhe um recado , que fosse se arrumando que iria levá-la para Copacabana.
Nos anos setenta, uma das boates mais faladas em Mossoró, era o Cassino "Copacabana", no bairro Bom Jardim, situada nas imediações do Alto do Louvor, lugar reservado para a prostituição de mulheres.
Assim que dona Isabel chegou em casa, participou a Elesbão, a brincadeira que o João Prado dissera com sua filha, que fosse se arrumando, que iria levá-la para "Copacabana", e lá, ambos, iriam viver um belo romance.
Elesbão ao ouvir a brincadeira do João Prado, contada pela sua esposa, a Isabel, não disse nada, ficou calado, apenas ficou tentando engolir o ódio que atravessava em sua garganta, sobre o desrespeito do João Prado, com a sua filha, a Maria dos Anjos. Ficou a imaginar que aquele sujeito metido a galã estava pensando que iria passar a perna sobre sua filha. Ele estava totalmente enganado. Sim Senhor! Aquela filha era criada com carinho, filha única e nada lhe faltava. Era pobre, mas filha de um senhor honrado e trabalhador.
Quantas vezes saíra ao clarear do dia para o seu sofrido emprego, lá na fábrica de óleo do Aderaldo, só para dar a sua filha o que ele não tivera quando em companhia do seu velho pai. Aquele sujeito só porque estava de uniforme do exército brasileiro, agora se sentia como se fosse um galã de cinema, o Juliano Gema, o Antonio Sthefane, o Marcos Damon... Enganara-se por completo. Sua amada filha tinha um pai para protegê-la.
Ao anoitecer, Elesbão foi até à quitanda do Valentim, também próxima ao Alto do Louvor; tomou umas quatro ou dez cachaças, não sei, e já meio tonto, foi em casa. Pegou uma faca, mais um pedaço de mangueira grossa, enviou-os na cintura e foi ao encontro do João Prado, que no momento palestrava em uma das casas amigas.
Ao chegar, perguntou ao dono da casa, o Tiago das Oiticicas, como era chamado no bairro:
- João Prado está aí, seu Tiago?
- Está - respondeu Tiago das Oiticicas.
- Chame ele por favor.
- João Prado, Elesbão quer falar com você! - Gritou seu Tiago lá pra dentro da casa.
E lá se veio inocentemente o João Prado.
- O que deseja, Seu Elesbão? - Perguntou-lhe João Prado.
- João Padro, eu vim aqui porque você mandou um recado pela Isabel, para minha filha, Maria dos Anjos, que fosse se arrumando que iria levá-la para o Copacabana. Como ela não pode vir, então eu vim para ir junto com você ao Copacabana.
E sem mais pensar, desenfiou o pedaço de mangueira da cintura, mais a faca e acunhou atrás do João Prado, descendo a ladeira do Alto do Louvor. E tome mangueira, e tome peia, e tome peia. Na carreira, as passadas do João Prado atingiram dois metros de distância, igualando as do seu agressor. Mas a frente depararam-se com um muro de dois metros. Mas o agredido não contou conversa, saltando-o de uma vez só. Nem precisou colocar as mãos sobre ele para se apoiar e facilitar o impulso sobre o muro. Foi aí que Elesbão resolveu não arriscar pular o alto muro.
Enquanto o Elesbão corria atrás do João Prado, os amigos do Elesbão corriam atrás dele, para que ele não realizasse o assassinato. E todos que corriam atrás do Elesbão, gritavam:
- Não faça isso Elesbão! Não faça isso..., pelo amor de Deus!!!
Dias depois o João Prado retornou às pressas para o Rio de Janeiro, e nunca mais botou os pés em Mossoró.
O Elesbão não sabia que o Copacabana que o João Pado se referia é uma praia no Rio de Janeiro. Ele pensava que o rapaz estava desconsiderando a sua filha, querendo levá-la para o meio da prostituição, no cassino de Mossoró, "O Copacabana".
Minhas simples histórias
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