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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

"Assim Era Lampião e Outras Histórias"


Por: Natalício Barroso  -- Da Redação
Ângelo Osmiro Barreto

E tu, já aquiriu o novo livro do Coroné Ângelo Osmiro?

Formado em História pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, há vinte anos que Ângelo Osmiro Barreto (Foto) estuda o cangaço no Nordeste brasileiro.

Amigo de Hilário Lucetti que, como ele, também se debruçava sobre o sertão e a vida difícil dos sertanejos, Osmiro Barreto, para publicar seus livros sobre o cangaço não se limitou apenas a ler sobre o assunto. Fez, segundo ele, mais de vinte viagens aos lugares onde os fatos realmente aconteceram.

Autor de três livros, dois deles sobre cangaço, “Assim Era Lampião e Outras Histórias”, o terceiro livro, foi lançado no ultimo dia 18 de setembro em Fortaleza

Publicado pela LC Gráfica e Editora, o livro traz, em seu interior, histórias das mais significativas sobre o cangaço. Dentre elas, aquela que tornou José Jesuíno Alves de Melo Calado em Jesuíno Brilhante, o cangaceiro, e fez de Cristino Gomes da Silva Cleto, o Corisco ou, como querem outros, o Diabo Louro.
Traz, também, depoimentos daqueles que conheceram Lampião, como o padre de Serra Talhada, terra onde o cangaceiro nasceu e que dizia que o Rei do Cangaço era “dotado de tantas qualidades superiores” que poucos homens eram como ele.

João Bezerra, comandante da volante que matou Lampião, também disse, tempos depois da morte de seu inimigo, que Lampião não era bandido. E não para por aí. “Assim era Lampião” também exibe fotos inéditas sobre o cangaço além de uma bibliografia que demonstra o quanto o autor leu sobre o assunto para, finalmente, escrever e publicar este livro.

PRECONCEITO

Para Osmiro Barreto, porém, muitas são as pessoas que têm preconceito com o tema abordado por ele neste livro. De início, Barreto imaginava que tal preconceito não existia no Nordeste.

Mas, com o tempo, percebeu que o Nordeste, onde tudo aconteceu, também tem preconceito contra o cangaço. Diz ele que não foram poucas as vezes em que teve que responder a uma pergunta capciosa: O que fez com que ele, como historiador, se interessasse pelo cangaço?

Barreto, de início, não se preocupava muito com a pergunta mas, com o tempo, percebeu que, por traz dela, havia uma outra: “Com tanto assunto para pesquisar, informa ele, você foi se preocupar logo com este?” Osmiro Barreto não acredita que tal preconceito tenha qualquer conotação com a situação marginal na qual viveu o Nordeste por muito tempo. Para ele, o preconceito existe porque o cangaço foi uma manifestação cultural muito violenta. Mas se for por isso, argumenta um pouco incrédulo, ninguém estudaria Canudos, Caldeirão nem, muito menos, a Revolução Francesa ou a II Guerra Mundial.

Começando o livro com Lampião no Ceará e terminando com Curiosidades do Cangaço, Osmiro Barreto também trata das volantes, aquelas que perseguiam os cangaceiros, coronéis, beatos e vaqueiros. Todo um contingente humano que fazia parte do universo no qual Lampião estava inserido.

CURIOSIDADES

Nas Curiosidades do Cangaço, Barreto passa, para o leitor, algumas informações preciosas. Diz ele que em 1936 Lampião mandou confeccionar, em Fortaleza, ou, mais precisamente, na Abafilm (a mesma empresa que havia assumido, corajosamente, o projeto do sírio Benjamin Abraão de filmar Lampião e seu bando) cartões de apresentação com sua fotografia impressa sobre ele.

Maria Bonita também chegou a dirigir um carro nas proximidades da Vila do Pau Ferro, Pernambuco, e só não se tornou motorista porque, naturalmente, as condições não permitiam. O carro, no entanto, pertencia ao Coronel Audálio Tenório, chefe político do lugar. O instrutor de Maria Bonita, nesta façanha foi, segundo Ângelo Barreto, o senhor Antônio Paranhos.

Em 1933 surgiu, pela primeira vez na Bahia, um grupo musical que, a exemplo de Luiz Gonzaga, no futuro, também se vestia como cangaceiro. Como o grupo foi duramente reprimido, mudou a indumentária e o nome que, de “Lampião e seu Bando”, passou a se chamar “Cantadores do Nordeste”.

AMIZADE


O grande amigo do autor de “Assim era Lampião” durante os vinte anos de trabalho como pesquisador, foi Hilário Lucetti. Estava desfrutando com a família de um fim de semana no Sítio São Francisco em Pindoretama quando, lendo um jornal, soube que Hilário Lucetti estava lançando um livro sobre cangaço no Crato. Interessado pelo assunto, conheceu o autor do livro. Tempos depois, quando Hilário se mudou do Crato para Fortaleza, Hilário, como estava para morrer, disse para Osmiro Barreto, que haveria de doar parte de seus livros para ele.

Com a morte do amigo, Barreto não sabia como contar a promessa do outro para a família. Decidiu, portanto, ficar calado.

De repente, porém, recebeu o telefonema de uma das filhas de Lucetti dizendo que a família havia se reunido e decidido doar, para ele, parte dos livros do historiador cratense. Admirado com isso, Ângelo finalmente contou para a filha do amigo, a promessa que ele havia feito um pouco antes de morrer. Foi com os livros de Lucetti em casa, portanto, que Osmiro terminou este outro, “Assim Era Lampião”.

Matéria de O Estado


Interessou? Apois espie:

"Assim era Lampião e outras histórias"
Ângelo Osmiro Barreto
LC Gráfica e Editora
2012, 238 páginas
R$ 35,00 (com frete incluso)

Contato para aquisição
Email : angelosmirio@zipmail.com.br
Fone : (85) 9987 1646





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