Por: Archimedes Marques
A SAUDADE QUE
FICA DO CAIPIRA DE POÇO REDONDO
Você deixou
tudo a tua cara
Só pra deixar tudo
Com cara de saudade. (Alice Ruiz)
O que chamamos
de morte e que na verdade é apenas o desencarne, o fim da vida terrena, é um
caminho inevitável. Temos todos, um dia ou outro, hoje ou amanhã, próximo ou
mais demorado, de uma forma ou de outra, que viver isso. Não porque é uma
fatalidade do destino, mas porque faz parte da vida desde que a nossa vida se
faz vida. Mas o que sempre esperamos, torcemos e pedimos ao Criador é que os
bons, aquelas pessoas ILUMINADAS que só fazem o bem ao seu semelhante durem
mais tempo, sobrevivendo aos maus.
Alcino e João de Sousa Lima
Assim cada um
de nós vive, mesmo se de maneira dolorosa igual, de um jeito diferente as
diferentes perdas pelas quais temos que atravessar, embora saibamos muito bem
que dessas perdas ficam os seus exemplos, positivos ou negativos.
José Cicero, Alcino e Bosco André
E mesmo quando
o tempo consegue aplacar essa dor, estancar esse dissabor, sempre fica dentro
da gente aquele sentimento indecifrável de vazio junto com a saudade, sensações
que perduram até chegar a nossa hora, então passando tais sentimentos para os
nossos amigos que também chorarão por nós, caso mereçamos, e assim
sucessivamente. É a vida daqueles que sobrevivem a vida dos seus amigos, dos
seus entes queridos.
Professora Aninha e Alcino Alves Costa
Absoluta
certeza tenho que não somente eu sinto essas sensações com a perda do amigo
Vilela, Alcino e Rubinho
ALCINO ALVES COSTA, mas também centenas de outras pessoas, pois o CAIPIRA DE
POÇO REDONDO (como ele próprio carinhosamente gostava de ser chamado) sem dúvida alguma foi um homem ILUMINADO que
bem soube iluminar a todos que o cercavam, uma pessoa abençoada por Deus que irradiava
e continuará na saudade irradiando luz, irradiando alegria, irradiando paz,
irradiando harmonia, também irradiando determinação, irradiando a coragem do
bravo sertanejo. Alcino é desses abençoados amigos que para sempre ficam
guardados “debaixo de sete chaves”, pois além de tudo ele abençoava os seus
amigos com a sua áurea desprovida de qualquer maldade. As diversas homenagens e
eloquentes mensagens de despedidas desprendidas por seus amigos no cortejo funeral
ocorrido no seu querido Poço Redondo são inequívocas provas de tudo isso que
falei. Um amigo que bem soube plantar, regar e colher uma grande legião de
amigos.
ARCHIMEDES, ALCINO E ELANE
Poço Redondo,
encravado nesse nosso sertão sergipano, na escaldante tarde desse dia
02/11/2012 (coincidentemente o dia dedicado aos mortos) chorou as suas lágrimas
de pesar desde a sua residência nas primeiras horas, a Câmara de Vereadores, a
missa de corpo presente na Igreja da Matriz, a Prefeitura até chegar ao
Cemitério local da cidade em verdadeira romaria de amigos, provando e
comprovando o quão querido era e continuará sendo o poeta, compositor, escritor,
pesquisador e historiador ALCINO ALVES COSTA, para mim e com certeza para a
grande maioria daquele povo, até então, A MAIOR PERSONALIDADE NASCIDA NAQUELAS
TERRAS.
Antonio Amaury e Alcino Alves Costa
Da missa de
corpo presente, além das eloquentes falas dos seus amigos, uma passagem ficará
para sempre guardada na minha memória: uma rosa amarela brilhante e ensolarada
retirada do nosso singelo buquê e repassada às minhas mãos pela minha
companheira
Juliana Ischiara, Alcino e Paulo Gastão
Elane Marques, cuja cor específica evoca sentimentos de calor,
respeito, alegria, felicidade e amizade, depositada por mim sobre o caixão
então fechado onde jazia o corpo do CAIPIRA DE POÇO REDONDO, rosa essa que
também continha nas suas pétalas gotas das minhas lágrimas, notei como bom
observador, que colocaram-na para dentro dessa urna funerária assim que fora
aberta na própria igreja quando da bênção final com os Asperges sagrados de água benta realizados
pelo Pároco local.
Aderbal Nogueira e Alcino Alves Costa
Dessa minha simples homenagem e das suas conseqüências
senti-me agraciado pelas circunstâncias em ver aquela rosa amarela a seguir
junto com o corpo do amigo Alcino em direção ao seu descanso final.
Rostand Medeiros, João de Sousa Lima, Lili, Ivanildo Silveira, Alcino Alves e Juliana Ischiara
Não só os seus
parentes e amigos, mas também a cultura sergipana, nordestina e brasileira
perde um grande ícone. O sertão perde uma imensa parte da sua identidade. O
movimento CARIRI CANGAÇO jamais será o mesmo sem a presença do grande amigo de
todos os seus componentes. A história do cangaço que sem dúvidas é das mais
legitimas expressão da nossa cultura, da cultura do nosso querido Nordeste,
deixa de ter em “vida matéria” dos seus maiores historiadores, embora as suas
obras, os seus legados, os seus escritos, os seus pensamentos, os seus
entendimentos, os seus ensinamentos vivam para sempre.
Kydelmir Dantas e Alcino Alves Costa
Com toda certeza daqui a
centenas de anos ainda estarão citando ALCINO ALVES COSTA como fonte de
informação, pois as águas bebidas das suas fontes e também oferecidas ao
público foram águas de fontes saudáveis e não envenenadas, águas de fontes
puras e cristalinas, águas das fontes de um verdadeiro CABRA-MACHO SERTANEJO
que de tudo deixou a sua cara e com isso deixou tudo com cara de saudade como
bem diz a escritora e poeta Alice Ruiz no preâmbulo acima citado.
Alcino Alves Costa e Manoel Severo
Ser um desses
amigos de Alcino, para mim foi um dos maiores privilégios, uma verdadeira
honra. De Alcino só me resta eterna gratidão por também fazer parte da sua
legião de amigos.
Alcino Alves, João de Sousa Lima , Ângelo Osmiro e Ivanildo Silveira
Que você seja
bem sucedido também na sua nova morada amigo ALCINO ALVES COSTA e que o seu
exemplo de vida ensine os bons a ser melhores!
Enviado pelo autor do texto: Dr. Archimedes Marques
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