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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Hospital do Sal - 17 de Fevereiro de 2013

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Em 17 de fevereiro de 1964 era inaugurado em Mossoró o Hospital Francisco Menescal, construído pelo Instituto Brasileiro do Sal - IBS, que tinha como Presidente o Prof. Jerônimo Vingt-un Rosado Maia. Na placa inaugural estava escrito: “Instituto Brasileiro do Sal, Hospital Francisco Menescal. O povo brasileiro, através dos impostos que paga, pelo sal que consome, construiu este Hospital, na cidade de Mossoró, para servir principalmente aos trabalhadores em salinas e seus dependentes. Início da construção: 10/12/1962. Inaugurado em: 31/01/1963”.

Hospital Francisco Menescal

A inauguração na verdade foi a 17 de fevereiro de 1964, por atraso na remessa de equipamentos hospitalares do Rio de Janeiro. Inauguração, seguida de imediato funcionamento.
               
Assim Vingt-un se refere ao Hospital Francisco Menescal, o conhecido Hospital do Sal ou dos Salineiros: “Era o melhor da minha terra, o mais bem equipado, com uma biblioteca refrigerada, com 26 periódicos assinados, um Centro de Estudos (organizado por cientista de renome internacional, Máximo de Medeiros Filho) e um Boletim”.
               
O primeiro diretor do hospital foi Clóvis Augusto de Miranda. Vingt-un Rosado relembra: “Fui arrancado das vossorocas da Espadilha, onde dirigia os trabalhos de campo da mineração de gipsita, quando Mossoró abastecia 90% do mercado nacional daquele minério, pela convocação do Presidente da República. Aceitei com relutância a Presidência do Instituto Brasileiro do Sal, porque a minha cidade me exigia o sacrifício. Servi aos trabalhadores, ajudei aos empresários, fiz cumprir a lei que mandava dar assistência social aos operários do sal,...”.
               
No discurso de inauguração, dizia Vingt-un: “Seja esta casa templo de servir ao povo. Os que receberam o galardão de serem os seus operários, médicos, enfermeiras, servidores de todas as categorias, saibam dar-lhe em dobro, idealismo, espírito de cooperação, de sacrifício e humildade cristã. Aqui se plantou a semente de uma Faculdade de Medicina, outra célula da futura grande Universidade de Mossoró, que haverá de aproveitar a experiência da gente mossoroense em sua caminhada de 200 anos, através de vicissitudes, lutas e vitórias. Um Centro de Estudos já funciona neste hospital, como sua cúpula, como sua verdadeira Faculdade de Filosofia. O povo brasileiro construiu este hospital para servir principalmente aos trabalhadores em salinas e seus dependentes. Homenagem que foi prestada à brava gente que em onze províncias elabora com músculos e alma uma de suas riquezas: a economia salineira”.
               
Embora fosse de fundamental importância para o município uma instituição daquele porte, mudanças na política de saúde fizeram com que o hospital fosse fechado. Sobre essa questão, Vingt-un desabafa: “Havia uma alma danada que sonhou levar-me ao cárcere que foi o grande inspirador do fechamento do hospital. A cidade cruzou os braços; os políticos temeram questionar a Revolução. Os pernambucanos, mais valentes e valorosos, salvaram o seu Hospital do Açúcar, mesmo depois de fechado o instituto do Açúcar e do Álcool. No dia em que o Hospital foi desativado, telegrafei ao deputado Vingt Rosado dizendo que Felizes deviam ser os países que se davam ao luxo de fechar os seus hospitais”.
                
Com o passar dos anos, O INAMPS transformou o Hospital que estava fechado, num ambulatório que atualmente presta muito bons serviços à população, sendo hoje centro de referência especializada ambulatorial do município. Conta com 168 servidores e atende as áreas de oftalmologia, cardiologia, gastroenterologia, otorrinolaringologia, mastologia, cirurgia geral, endocrinologia, dermatologia, pneumologia, fonoaudiologia, fisioterapia, clinica médica, pediatria, ginecologia, totalizando cerca de 5.000 consultas por mês. Vários programas de saúde e exames laboratoriais e radiológicos, além de EEG, ultra-sonografia,citologias oncóticas são ali executados, como também curativos, vacinações etc.
               
Um projeto aprovado na Câmara de Vereadores, apresentado por Júnior Escóssia e sancionado pela então prefeita Rosalba Ciarlini, prestou homenagem ao Prof. Vingt-un Rosado Maia, fundador do Hospital do Sal, emprestando o seu nome ao complexo de saúde que ali funciona.

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Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento

Fontes:

http://cantocertodocangaco.blogspot.com

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