Por: Clerisvaldo
B. Chagas, 17/18/19 de maio de 2013 - Crônica Nº 1019
O BARBUDO DE
VALDEREDO
Na
década de sessenta, principalmente, foram manchetes em jornais nordestinos
e revistas nacionais, os embates no Sertão alagoano. Floro Gome Novais virava
mito com suas vinganças pela morte do pai, em Olivença. Nas regiões dos
povoados Várzea de Dona Joana e Pedra d’Água dos Alexandres, uma família se
digladiava em rixa tremenda. Muitas emboscadas e mortes marcaram negativamente
os bons invernos daquela década. Raramente os noticiários do dia deixavam de
citar algum acontecimento ligado a Floro Novais ou à família Ferreira.
Família Ferreira
Nos
duelos sem fim que dizimavam jovens e adultos dos Ferreira, ganhou destaque o
senhor Valderedo. Mesmo assim outros personagens da mesma família eram citados
como ágeis e valentes. Valderedo e Floro tornaram-se amigos, mas Floro não se
metia na briga interna dos Ferreira e nem aprovava os combates do mesmo sangue.
No final de tantas lutas, Floro Novais foi emboscado e morto com um simples
caroço de chumbo que lhe atingiu o coração. Valderedo desencarnou depois,
dizem, vítima do próprio coração.
foto:
(passosmgonline).
Certa feita,
um vizinho nosso estava em um bar no cruzamento urbano Maracanã, em Santana do
Ipanema. Gostava ─ como ainda hoje ─ de andar barbudo. Ao passar pelo local,
sempre alerta e desconfiado, Valderedo avistou o cliente e agitou-se.
Confundi-o com um dos seus terríveis inimigos. Quando estava pronto para
eliminar o pobre caminhoneiro, foi convencido por alguém que aquele barbudo não
era o fulano e sim, um rapaz muito trabalhador, motorista e conhecido de todos
na cidade. Valderedo ainda demorou em acreditar no que lhe diziam, por causa da
semelhança das pessoas em causa. Entretanto, o trabalho de convencimento teve
êxito. Não temos certeza, todavia, se ao desistir do intento Valderedo ainda
chegou a pedir desculpas à suposta vítima. Estar certo o que
filosofa: “quem de uma escapa, cem anos vive”. Vez em quando passo e
cumprimento o meu vizinho que continua barbado e caminhoneiro.
Muitas vezes
a vida não passa de ilusão de ótica ou de cabeça. Quantos covardes e traidores
surgem entre os que você julgava amigos! Quanto alívio se sente ao saber que o
inimigo estava apenas na ilusão, como O BARBUDO DE VALDEREDO!.
Autobiografia
CLERISVALDO B.
CHAGAS – AUTOBIOGRAFIA
ROMANCISTA –
CRONISTA – HISTORIADOR - POETA
Clerisvaldo
Braga das Chagas nasceu no dia 2 de dezembro de 1946, à Rua Benedito Melo ( Rua
Nova) s/n, em Santana do Ipanema, Alagoas. Logo cedo se mudou para a Rua do
Sebo (depois Cleto Campelo) e atual Antonio Tavares, nº 238, onde passou toda a
sua vida de solteiro. Filho do comerciante Manoel Celestino das Chagas e da
professora Helena Braga das Chagas, foi o segundo de uma plêiade de mais nove
irmãos (eram cinco homens e cinco mulheres). Clerisvaldo fez o Fundamental
menor (antigo Primário), no Grupo Escolar Padre Francisco Correia e, o
Fundamental maior (antigo Ginasial), no Ginásio Santana, encerrando essa fase
em 1966.Prosseguindo seus estudos, Chagas mudou-se para Maceió onde estudou o
Curso Médio, então, Científico, no Colégio Guido de Fontgalland, terminando os
dois últimos anos no Colégio Moreira e Silva, ambos no Farol Concluído o Curso
Médio, Clerisvaldo retornou a Santana do Ipanema e foi tentar a vida na capital
paulista. Retornou novamente a sua terra onde foi pesquisador do IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Casou em 30 de março de 1974
com a professora Irene Ferreira da Costa, tendo nascido dessa união, duas
filhas: Clerine e Clerise. Chagas iniciou o curso de Geografia na Faculdade de
Formação de Professores de Arapiraca e concluiu sua Licenciatura Plena na AESA
- Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde, em Pernambuco (1991). Fez
Especialização em Geo-História pelo CESMAC – Centro de Estudos Superiores de
Maceió (2003). Nesse período de estudos, além do IBGE, lecionou Ciências e
Geografia no Ginásio Santana, Colégio Santo Tomaz de Aquino e Colégio Instituto
Sagrada Família. Aprovado em 1º lugar em concurso público, deixou o IBGE e
passou a lecionar no, então, Colégio Estadual Deraldo Campos (atual Escola
Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva). Clerisvaldo ainda voltou a ser
aprovado também em mais dois concursos públicos em 1º e 2º lugares. Lecionou em
várias escolas tendo a Geografia como base. Também ensinou História,
Sociologia, Filosofia, Biologia, Arte e Ciências. Contribuiu com o seu saber em
vários outros estabelecimentos de ensino, além dos mencionados acima como as
escolas: Ormindo Barros, Lions, Aloísio Ernande Brandão, Helena Braga das
Chagas, São Cristóvão e Ismael Fernandes de Oliveira. Na cidade de Ouro Branco
lecionou na Escola Rui Palmeira — onde foi vice-diretor e membro fundador — e
ainda na cidade de Olho d’Água das Flores, no Colégio Mestre e Rei.
Sua vida
social tem sido intensa e fecunda. Foi membro fundador do 4º teatro de
Santana (Teatro de Amadores Augusto Almeida); membro fundador de escolas em
Santana, Carneiros, Dois Riachos e Ouro Branco. Foi cronista da Rádio Correio
do Sertão (Crônica do Meio-Dia); Venerável por duas vezes da Loja Maçônica Amor
à Verdade; 1º presidente regional do SINTEAL (antiga APAL), núcleo da região de
Santana; membro fundador da ACALA - Academia Arapiraquense de Letras e Artes;
criador do programa na Rádio Cidade: Santana, Terra da Gente; redator do
diário Jornal do Sertão (encarte do Jornal de Alagoas); 1º diretor
eleito da Escola Estadual Prof. Mileno Ferreira da Silva; membro fundador da
Academia Interiorana de Letras de Alagoas – ACILAL.
Em sua
trajetória, Clerisvaldo Braga das Chagas, adotou o nome artístico Clerisvaldo
B. Chagas, em homenagem ao escritor de Palmeira dos Índios, Alagoas, Luís B.
Torres, o primeiro escritor a reconhecer o seu trabalho. Pela ordem, são obras
do autor que se caracteriza como romancista: Ribeira do Panema (romance -
1977); Geografia de Santana do Ipanema (didático – 1978); Carnaval do Lobisomem
(conto – 1979); Defunto Perfumado (romance – 1982); O Coice do Bode (humor
maçônico – 1983); Floro Novais, Herói ou Bandido? (documentário romanceado –
1985); A Igrejinha das Tocaias (episódio histórico em versos – 1992); Sertão
Brabo CD (10 poemas engraçados).
Até setembro
de 2009, o autor tentava publicar as seguintes obras inéditas: Ipanema, um
Rio Macho (paradidático);Deuses de Mandacaru (romance); Fazenda
Lajeado(romance); O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana
do Ipanema (história); Colibris do Camoxinga - poesia
selvagem (poesia).
Atualmente
(2009), o escritor romancista Clerisvaldo B. Chagas também escreve crônicas
diariamente para o seu Blog no portal sertanejo Santana Oxente,
onde estão detalhes biográficos e apresentações do seu trabalho.
(Clerisvaldo
B. Chagas – Autobiografia)
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com.br
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