Por: Guilherme Machado
O Senhor Sinésio Simões de Araújo era um grande amigo do
sargento Evaristo Carlos, que escapou do cutelo de Lampião e seu bando, na
cidade de Queimadas, no Estado da Bahia. Até os dias de hoje, muitos pesquisadores se
perguntam: Lampião tinha aversão aos macacos da Bahia?
Em 1929, ao entrar na cidade baiana de Queimadas, saiu
matando, espancando, humilhando e roubando a todos, principalmente os mais
abastados e bens providos. Lampião deu ordem suprema para os seus subordinados,
para que não deixassem nem um macaco "policial" baiano vivo.
Lampião ainda mandou prender o chefe do destacamento da poderosa polícia militar da Bahia; o sargento Evaristo Carlos da Costa, Lampião prometeu degolá-lo em primeiro lugar.
Depois ele saiu para se divertir e juntar o balancete
do assalto da pequena vila de Santo Antônio das Queimadas. Inexplicavelmente em
seu regresso de fúria mortífera, ele acaba com as vidas de todos os soldados
baianos, e poupando a vida do sargento, que até hoje ninguém nunca deu uma
explicação convincente para os historiadores do cangaço.
Passando pela cidade de São Domingos eu conheci o
senhor Sinésio Simões de Araújo, nascido a 18 de maio de 1929, na cidade de São
Domingos, e em conversas sobre o cangaço com o senhor Sinésio, este me contou
que nos anos 30 trabalhava com o sortudo sargento, e ambos moravam na cidade de
Santa Luz, no Estado da Bahia, cidade que Evaristo escolheu para morar, depois
do ocorrido de Queimadas.
Evaristo Carlos Costa quando vivo, revelou a Sinésio o motivo de ter
saído ileso do massacre de Lampião. Segundo Sinésio, o sargento era primo do
cangaceiro Virgulino.
Os seus descendentes vieram para Bahia em companhia
dos pais do sargento, que desceram nordeste abaixo, na esperança de arrumarem
emprego na estrada de ferro “leste brasileira" e o menino Evaristo
ingressou nas forças baianas.
Interrogado por Lampião, o sargento Evaristo contou do
seu parentesco com o cangaceiro, relatou que era seu primo, e se Lampião o
matasse, estava matando o próprio sangue.
Depois que o
sargento falou o nome da sua mãe e do seu pai, tios e irmãos e primos de Lampião,
o cangaceiro não teve dúvida; e com estas afirmações, o sargento Evaristo escapou
de morrer; e não teve dona santinha e nem trancelim de ouro; sangue salva
sangue. Esta é a história do senhor Sinésio.
Os meus sinceros agradecimentos ao senhor Sinésio, por
ter paciência de me ajudar a desatar este nó, tão antigo e difícil de
desfazê-lo. Se tiver veracidade, uma bomba para o mundo do cangaço.
Facebook - página do pesquisador Guilherme Machado
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